O Papa Francisco reiterou em uma recente entrevista concedida ao diretor da revista jesuíta Civiltà Cattolica, o Padre Antonio Spadaro, que "a mulher é imprescindível para a Igreja".

Assim o indica o Santo Padre na citada entrevista que foi publicada por 16 revistas jesuítas em todo o mundo.

O Papa fez esta afirmação respondendo à pergunta sobre o papel da mulher na Igreja e o que deve ser feito para torna-lo mais visível hoje. "É necessário ampliar os espaços de uma presença feminina mais incisiva na Igreja", disse.

"Temo a solução do ‘machismo de saias’, porque a mulher tem uma estrutura diferente do homem. Mas, os discursos que ouço sobre o papel da mulher são muitas vezes inspirados precisamente numa ideologia machista. As mulheres estão formulando perguntas profundas que devem ser tratadas".

O Santo Padre ressalta logo que "a Igreja não pode ser ela própria sem a mulher e sem o papel esta que desempenha. A mulher é imprescindível para a Igreja. Maria, uma mulher, é mais importante que os bispos. Digo isto porque não se deve confundir a função com a dignidade".

"É necessário, portanto, aprofundar mais na figura da mulher na Igreja. É preciso trabalhar mais para fazer uma teologia profunda da mulher. Só realizando esta etapa poderemos refletir melhor sobre a sua função no interior da Igreja".

O Papa fecha este tema afirmando que "o gênio feminino é necessário nos lugares em que se tomam as decisões importantes. O desafio hoje é exatamente esse: refletir sobre o lugar específico da mulher, precisamente também onde se exerce a autoridade nos vários âmbitos da Igreja".

A expressão "gênio feminino" ou "gênio" da mulher é utilizada pelo Beato Papa João Paulo II na carta apostólica Mulieris dignitatem em que aborda o tema da dignidade e a vocação da mulher.

Nesse texto de 1988, o Papa polonês destaca que frente aos avanços da técnica e da ciência, o homem perde gradualmente a sensibilidade, "por aquilo que é essencialmente humano.?Neste sentido, sobretudo os nossos dias?aguardam a manifestação?daquele ‘gênio’ da mulher que assegure a sensibilidade pelo homem em toda circunstância: pelo fato de ser homem!".

O Papa Wojtyla ressalta também que a Igreja agradece "todas as manifestações do ‘gênio’ feminino?surgidas no curso da história, no meio de todos os povos e Nações; agradece todos os carismas que o Espírito Santo concede às mulheres na história do Povo de Deus, todas as vitórias que deve à fé, à esperança e caridade das mesmas: agradece todos?os frutos de santidade feminina".