Os estudiosos que fazem parte do "Ratzinger Schuelerkreis", o círculo de alunos que realizou seu doutorado sob a guia de Bento XVI, irão reunir-se em Castel Gandolfo de 29 de agosto a 2 de setembro para tratar o tema "A questão de Deus frente a secularização", proposto pelo Bispo Emérito de Roma e pelo filósofo convidado Rémi Brague.

O Padre Joseph Fessio, sacerdote jesuíta, fundador da editora Ignatius Press e membro do grupo, explicou ao Grupo ACI que Bento XVI não estará na reunião deste ano "porque desde que se retirou não deseja estar em eventos públicos. Vamos nos reunir em Castel Gandolfo, como sempre e depois iremos ao Vaticano e participaremos de uma Missa que celebrará o Bispo Emérito de Roma no mosteiro Mater Ecclesiae".

O "Ratzinger Schuelerkreis" se reúne desde 1978. O sacerdote explicou que a ideia de reunir-se surgiu quando Joseph Ratzinger foi eleito Arcebispo de Munique ou Freising na Alemanha no ano anterior. As reuniões prosseguiram depois que o então Arcebispo começou a trabalhar no Vaticano como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé desde 1981.

Em 2005, quando foi eleito Papa, os membros do círculo pensaram que as reuniões tinham chegado a seu fim, mas não foi assim. O mesmo Bento XVI "disse que queria continuar encontrando-se conosco".

O círculo dos alunos de Joseph Ratzinger está conformado por 50 pessoas, embora costume haver entre 25 ou 30 deles nas reuniões. Cada ano se trata de um tema diferente. O do ano passado foi o ecumenismo.

O Padre Fessio comentou ao Grupo ACI que "o professor Ratzinger era igual a quando foi Papa: simples, humilde, muito claro para ensinar, cultivado. Um dos melhores professores que conheci na minha vida".

Sobre sua renúncia, o sacerdote jesuíta disse que "não me surpreendeu dado que ele falou dessa opção com o jornalista Peter Seewald, no livro entrevista ´Luz do Mundo´".

"A decisão de renunciar foi uma decisão muito adequada para estes tempos e o Santo Padre mostrou uma grande humildade e uma grande coragem ao fazê-la", concluiu o Padre Fessio.