O Bispo de São Bernardo (Chile), Dom Juan Ignacio González, lamentou que muitos jovens tenham cedido à estratégia dos grupos abortistas que tentam introduzir o aborto no país por motivos "terapêuticos".

Faz uns dias se publicou a VII Pesquisa Nacional da Juventude, realizada pelo Instituto Nacional da Juventude (INJUV). A pesquisa revelou que só 12 por cento dos jovens chilenos está a favor do aborto, mas 49 por cento o apoiaria quando o denominam terapêutico.

Dom González considera que esta resposta responde à falta de clareza com que se apresenta em muitos ambientes o chamado aborto terapêutico.

"Na realidade, tanto o que se chama aborto direto, como o mal chamado aborto terapêutico, obedecem ao mesmo padrão moral: reconhece-se o direito de uma pessoa a tirar a vida de outra. Isso é sempre contrário ao bem da pessoa e moralmente inaceitável. Ninguém tem este direito e ninguém o pode conceder", manifestou.

O Bispo recorda que os abortistas tentam introduzir a prática do aborto como "solução" a uma doença do feto ou um problema da mãe. "Ambos os conceitos respondem à mesma lógica mental. Sinto-me no direito de terminar com a vida do ser que já está concebido".

"Na realidade, por amor ao mais frágil, ao doente e desamparado, deveríamos ser mais acolhedores com estas crianças, embora vivam somente algumas horas. O chamado aborto terapêutico é como o caminho seguro ao aborto livre. Essa é a experiência, o resto é fechar-se à evidência empírica", acrescentou González.

Dom González acredita que seja necessário um trabalho de formação e informação mais intenso. "Devemos mostrar que toda vida, uma vez concebida sempre é intocável, é outra pessoa. Devemos ampliar a visão dos direitos humanos a estas realidades".

"A campanha a favor do aborto terapêutico é uma velha estratégia já provada em muitas nações. Aqui se está aplicando e por desgraça, também muitos que são cristãos a defendem. Esperemos que haja uma reação, porque iniciado este caminho não se vê razão para não ampliar ao aborto direto e mais adiante à eutanásia", finalizou.

A pesquisa, que se realiza a cada três anos, fez-se entre mais de 8 mil jovens de todos os níveis socioeconômicos e das 15 regiões do país. Alguns dos principais temas analisados pela pesquisa são: a participação política, condutas de risco e novas tecnologias, a postura dos jovens sobre os chamados temas de valores, a sexualidade, violência e o consumo de drogas.