O Papa Francisco receberá o presidente da Bolívia, Evo Morales, em 6 de setembro, conforme informou o próprio mandatário boliviano e confirmou a Conferência Episcopal da Bolívia (CEB).

"A administração Morales 'pediu uma audiência' que o Papa aceitou e o Estado Vaticano confirmou o encontro", destaca a CEB através do seu site Igreja Viva, citando o seu presidente, Dom Oscar Aparicio.

O Episcopado boliviano esclarece que a audiência "se dá no contexto do programa de visitas que o Pontífice recebe desde a sua posse faz cinco meses" e particularizou que "será uma visita de Estado, habitual, como está concedendo o Sumo Pontífice a distintos presidentes e suas comitivas oficiais".

"Em cinco meses de pontificado, Francisco já recebeu dezenas de presidentes e chefes de Estado", recorda.

"A audiência anunciada para 6 de setembro, não será a primeira de Evo Morales com um Papa, posto que já em maio de 2010 Bento XVI o recebeu", adiciona.

"Igreja oficialista"

As relações da Igreja com o presidente da Bolívia, votado em 2005 e reeleito em 2009, foram tensas e se complicaram ainda mais em junho passado quando o mandatário boliviano apoiou a criação de uma "Igreja oficialista" com conotações políticas.

Neste sentido, a Conferência Episcopal Boliviana manifestou recentemente: "Com estupefação soubemos da notícia de que, tal como se lê no convite, o sacerdote católico Javier Ticona, pertencente à diocese Castrense da Bolívia, receberá a ordenação episcopal como arcebispo primaz para a Igreja Católica Apostólica Renovada do novo Estado Plurinacional da Bolívia".

Do mesmo modo, alertaram aos católicos que não se tratou "da ordenação de um novo bispo para a Igreja Católica Apostólica Romana, a que pertence a grande maioria da população boliviana", mas "é uma ordenação totalmente falsa, inválida e ilícita, já que o mandante Juan Ernesto Friarte Blas, que também é conhecido em alguns documentos com os sobrenomes Friarte Blas, não é um bispo validamente ordenado na autêntica Igreja Católica Apostólica Romana".

A CEB também recordou que "em agosto de 2011 o Arcebispo de Cuzco, Dom Juan Antonio Ugarte Pérez, denunciou que este homem é um personagem farsante que tenta confundir os fiéis católicos já que nunca recebeu uma ordenação válida por um bispo católico apostólico romano".