O Núncio Apostólico na Síria, Dom Mario Zenari, expressou sua preocupação pela "dramática" situação que se vive no país sírio que cada dia "piora", aumentando o número de locais arrasados pela violência, os sequestros que incluem leigos e religiosos, assim como o deslocamento de mais de quatro milhões de cidadãos que abandonam suas casas destruídas.

  "A situação no país é dramática e está piorando, a violência continua, (na terça-feira 13 de agosto) doze civis foram assassinados em um bombardeio que as forças rebeldes fizeram na província de Hama", manifestou Dom Zenari em declarações à Rádio Vaticano.

O Núncio assinalou que neste contexto violento aumenta o número de religiosos e jornalistas sequestrados, assim como de cidadãos sírios e estrangeiros, como o caso de dois Bispos que "a quase quatro meses de seu sequestro, não houve nenhum contato e o mesmo acontece com o sacerdote Dall’Oglio que depois de duas semanas vivemos com apreensão, porque não houve qualquer contato".

Dom Zenari informou que ativistas sírios e membros da oposição elaboraram um plano que se pensa apresentar nesta semana ao líder do Conselho Nacional. Este plano tem como fim obter uma reconciliação pacífica.

Além disso, fez um chamado à comunidade internacional para que dupliquem "seus esforços para chegar urgentemente a uma solução política desta crise".

O diplomático disse que "temos que pensar em todos os deslocados, mais de 4 milhões, que tiveram que abandonar suas casas destruídas ou semidestruídas, as localidades arrasadas, e pensar nos mais de um milhão e meio de refugiados nos países vizinhos".

Ao referir-se ao desaparecimento do fundador da comunidade de Mar Musa, o sacerdote jesuíta romano, Padre Paolo Dall’Oglio, disse que "era estimado nesta zona, mas agora é uma zona muito, muito quente em todo sentido".

Conforme se conhece, o sacerdote italiano foi sequestrado há duas semanas na cidade de Raqqa, ao norte do país, onde tentava iniciar diálogos de reconciliação.

Explicou que não se sabe com quem está o Padre Dall´Oglio porque aí "operam grupos de diferentes tendências: dos mais extremistas até os mais moderados, e às vezes estão em desacordo entre eles".

"Entretanto, eu tenderia, dado que não há nada concreto, a excluir o pior. Não consigo imaginar para que serviria o fim trágico deste sequestro", expressou Dom Zenari.

O Núncio pediu "prudência", porque notícias como a suposta morte de Dall’Oglio, devem ser tomadas com cuidado, "porque é difícil verifica-las. Então, muita, muita prudência", finalizou.