O Secretário adjunto da Conferência Episcopal Boliviana (CEB), Pe. José Fuentes, anunciou que a Igreja está "preparando e fundamentando" sua posição a favor do direito à vida dos nascituros, ante a tentativa de uma deputada e de organismos internacionais de despenalizar o aborto através do Tribunal Constitucional.

"O aborto é justo o contrário à defesa da vida". "Se se escutar verdadeiramente o povo, estou convencido que o povo boliviano não vê como certas as ações contra a vida", expressou o sacerdote em informação dada pelo Iglesiaviva.net.

O debate sobre o aborto e o controle da natalidade foi exposto pela deputada do Movimento ao Socialismo (MAS), Patricia Mancilla, quem apresentou ante o Tribunal Constitucional, com o auspício da ONG norte-americana IPAS, a ação direta de inconstitucionalidade contra 13 artigos do Código Penal com o fim de que se despenalize o aborto na Bolívia.

Entretanto, dentro do mesmo oficialismo, a deputada Emiliana Aiza rechaçou que se queira despenalizar uma prática que é um "assassinato".

"Como mulher indígena originária digo que não é possível que as mulheres atuem a favor do aborto, eu condeno quem faz isso, as mulheres têm que pensar duas vezes antes de trazer um filho ao mundo, não é possível que abortemos, que façamos mal, isso é um assassinato e ganhamos um pecado diante de Deus", manifestou.

Do mesmo modo, o Arcebispo de Santa Cruz, Dom Sergio Gualberti, assinalou que "o aborto não soluciona nada" e ainda "deixa uma marca profunda na mulher".

Por sua parte, a presidente do Senado, Gabriela Montaño, afirmou que o aborto não está na agenda da Assembleia Legislativa e indicou que é desnecessário falar sobre este tema.