O jornal semanal Desde la Fe, da Arquidiocese do México (México), expressou a necessidade de uma pressão internacional para que se respeite o direito à liberdade religiosa das minorias nos países islâmicos onde são vítimas de abusos, mas lamentou que a ONU e os "países poderosos" calem ante "estes vergonhosos crimes".

Em seu editorial, Desde la Fe se referiu às perseguições que sofrem "milhões de cristãos na China e nos países do Oriente Médio, assim como em outras nações de maioria muçulmana", por ódio à fé cristã e pela intolerância religiosa, ou o desejo de impor o islã através da violência.

"As cifras falam por si só: cada ano, são assassinados 100 mil cristãos, o que equivale a uma morte a cada cinco minutos, embora haja estimativas sérias que elevam o número de homicídios, o qual poderia ser de entre 130 mil a 170 mil. Estes são os cristãos que perdem a vida, mas a este drama se somam milhões de pessoas que sofrem algum tipo de perseguição ou restrição de suas liberdades pelo único fato de terem sido batizados", expressou.

Desde la Fe advertiu que "a intenção integrista islâmica é clara: limpar os países muçulmanos de cristãos e judeus", mas ante "este fato depreciável, a ONU e as democracias ocidentais guardam um incompreensível silêncio que beira na cumplicidade destas atrocidades".

Indicou que enquanto isto acontece no mundo muçulmano, "na ingênua Europa, a presença islâmica cresce a grandes passos" através da migração e porque "os muçulmanos sim estão interessados em procriar filhos", a diferença do Ocidente cujo egoísmo, junto ao aborto, reduziram consideravelmente a taxa de natalidade.

"Ante esta situação, é evidente a necessidade de exercer uma eficaz pressão mundial para procurar reciprocidade quanto à liberdade religiosa, mas a ONU, os organismos internacionais e os países poderosos silenciam –por conveniência política ou econômica– frente a estes vergonhosos crimes e desumanas perseguições", assinalou.

O editorial indicou que "os integristas islâmicos e de qualquer religião, como disse o líder da Igreja Ortodoxa Antioquena no México, o arcebispo Antonio Chedraui, não entenderam o que é a religião, e a interpretam mal, fazendo-a a seu modo e conveniência, com fatais consequências, e o pior de tudo, é que o fazem invocando o nome de Deus, um ‘deus que certamente não é o verdadeiro Deus, porque Deste só flui amor, paz e alegria’".

"Os cristãos clamam pela paz e pela liberdade religiosa no mundo, mas isto é impensável enquanto o mundo cristão e a comunidade internacional não levantarem a voz com força e compromisso, e enquanto o Ocidente continue colocando por cima do valor e da dignidade da vida humana seus interesses econômicos e políticos. Por agora, milhões de cristãos nos países de maioria muçulmana terão que continuar escolhendo todos os dias entre professar sua fé e a possibilidade de perder a vida", finalizou.