Em suas palavras prévias à oração do Ângelus, ante os milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, o Papa Francisco assegurou que "a misericórdia de Deus dá vida ao homem, ressuscita-o da morte".

O Santo Padre sublinhou que "o Senhor nos olha sempre com misericórdia; não esqueçamos isto, nos olha sempre com misericórdia, nos espera com misericórdia. Não tenhamos medo de nos aproximarmos Dele! Tem um coração misericordioso! Se mostrarmos a Ele as nossas feridas interiores, os nossos pecados, Ele sempre nos perdoa".

Deus, exclamou o Papa, "É pura misericórdia! Vamos para Jesus!".

O Santo Padre recordou que "o mês de junho é tradicionalmente dedicado ao Sagrado Coração do Jesus, máxima expressão humana do amor divino. Na sexta-feira passada, de fato, celebramos a solenidade do Coração de Cristo, e esta festa dá o tom de todo o mês".

"A piedade popular valoriza muito os símbolos, e o Coração de Jesus é o símbolo por excelência da misericórdia de Deus; mas não é um símbolo imaginário, é um símbolo real, que representa o centro, a fonte da qual surgiu a salvação para toda a humanidade".

O Papa indicou que "nos Evangelhos encontramos diversas referências ao Coração de Jesus, por exemplo, na passagem em que o próprio Cristo diz: ‘Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas’".

"Fundamental, então, é a passagem da morte de Cristo segundo João. Este evangelista de fato testemunha aquilo que viu no Calvário, que um soldado, quando Jesus já estava morto, abriu-Lhe o lado com uma lança e daquela ferida saíram sangue e água. João reconheceu naquele sinal, aparentemente casual, o cumprimento da profecia: do coração de Jesus, Cordeiro imolado na cruz, vem para todos os homens o perdão e a vida".

Francisco indicou que "a misericórdia de Jesus não é somente um sentimento, é uma força que dá vida, que levanta o homem! Isto nos diz também o Evangelho de hoje, no episódio da viúva de Naim. Jesus, com os seus discípulos, está chegando a Naim, um vilarejo da Galileia, propriamente no momento no qual acontece um funeral: leva-se para a sepultura um rapaz, filho único de uma mulher viúva".

"O olhar de Jesus se fixa subitamente na mãe em pranto. Diz o evangelista Lucas: "Vendo-a, o Senhor foi tomado de grande compaixão para com ela". Esta "compaixão" é o amor de Deus pelo homem, é a misericórdia, isso é, a atitude de Deus em contato com a miséria humana, com a nossa pobreza, o nosso sofrimento, a nossa angústia".

O Papa assinalou que "o termo bíblico ‘compaixão’ evoca o útero materno: a mãe, de fato, tem uma reação típica diante da dor dos filhos. Assim nos ama Deus, diz a Escritura".

"Voltemo-nos à Virgem Maria: o seu coração imaculado, coração de mãe, partilhou ao máximo a ‘compaixão’ de Deus, especialmente na hora da paixão e da morte de Jesus. Que Maria nos ajude a sermos mansos, humildes e misericordiosos com os nossos irmãos", concluiu.