Nos dias 4 e 5 de junho milhares de brasileiros participaram de uma marcha de protesto na capital do país, Brasília, contra projetos de lei que propõem a legalização do aborto no país, assim como contra uma recente decisão judicial que autorizou o mal chamado "matrimônio" homossexual.

A manifestação foi convocada pelo Movimento Nacional da Cidadania pela Vida, uma organização que congrega membros católicos e evangélicos.

A legislação do Brasil admite o aborto em casos de abuso sexual e de suposto risco de vida da mãe, e em ambos os casos deve ser expressamente autorizado por autoridades judiciais.

Entretanto, como denunciou o vice-presidente do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida, Jaime Ferreira Lopes ante a imprensa, a norma atual abriu espaço para "enganos" e "cumplicidades" que favorecem os abortistas.

Ferreira Lopes indicou que a legislação atual no Brasil admite "exageros", como o caso de que "uma mulher casada, que pode ter sido forçada a ter sexo com seu marido, mas não foi vítima de um abuso sexual", mas que "alega que foi abusada para que lhe permitam abortar".

Os defensores da vida no Brasil expressaram seu respaldo a um projeto de lei que propõe garantir a vida do nascituro, inclusive no suposto de abuso.

Conforme explicou Jaime Ferreira Lopes, "esse projeto propõe, por exemplo, que em caso de gravidez decorrente de abuso sexual, a mulher receba ajuda psicológica, uma pensão equivalente a um salário mínimo por mês e outras ajudas financeiras do governo e ajuda oficial para identificar o pai e obriga-lo a responder economicamente por seu filho".

O vice-presidente do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida criticou também que se considere como matrimônios às uniões do mesmo sexo, pois isto constitui uma "afronta à vida e à família tradicional", e não deve ser "protegida pela justiça", especialmente quando o Congresso brasileiro não legislou sobre a matéria.

O líder pró-vida e pró-família do Brasil se referia a uma decisão tomada no dia 14 de maio pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) do país, o qual, extrapolando suas funções e adotando o poder legislativo, impôs por via judicial o mal chamado "matrimônio" gay.

Até então, a legislação brasileira somente contemplava a figura de uma "união estável" de casais homossexuais, em que seus membros eram considerados "solteiros".

A decisão do CNJ estabelece que a partir de agora estas uniões homossexuais devem ser convertidas legalmente em um "matrimônio" se assim é requerido, obrigando os cartórios do país a "casar" os casais gay.