O jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano, recordou em sua edição de 2 de junho a Santa Clotilde como a Santa do mês. Esta mulher cheia de valores, filha, esposa, e mãe de um rei, viveu durante o Medievo na França e chegou ao caminho da santidade através da conversão de seu marido.

A vida desta Santa esteve rodeada de uma série de tragédias e assassinatos, mas sua missão foi conseguir a conversão do rei consorte e do povo inteiro.

Clotilde nasceu em Lyon, no ano 475. Enquanto que o Império Romano caía no Ocidente e a Galia romana se dividia em diversos reinos Bárbaros. Era a filha de Chilperico II, rei de Burgundi, um grupo germânico situado entre a Rena e o Rodano, de religião arriana.

Sua infância esteve marcada por constantes violências e lutas fratricidas entre os tios e seu pai, a quem seu próprio irmão lhe cortou a cabeça no ano 486. Sua mãe foi jogada à água com uma grande pedra amarrada no pescoço. Duas desventuras que marcaram a jovem Clotilde.

Órfã de pai e mãe foi exilada em Genebra junto com a sua irmã Crona, morando na casa de seu tio Godegiselo. Ali as duas irmãs se converteram ao catolicismo e se ofereceram à oração. A fama de seus dotes morais e sua beleza chegou às cortes reais, e Clodoveo, o jovem rei dos Francos pediu Clotilde em casamento. Sua irmã se tornou religiosa.

Clodoveo era pagão mas ficou cativado pela convicção com que Clotilde falava de sua religião, consentindo o batismo de seu primeiro filho, que morreu de maneira prematura. Ao nascer seu segundo filho, Clodomiro, Clotilde se encomendou ao Senhor através da oração, e o menino sobreviveu.

Em 496 o rei tinha que lutar uma importante batalha contra os alemães, em Tolbiaco, perto de Colônia. Durante a batalha, confiou a vitória à ajuda de Cristo e prometeu a conversão dizendo: "Eu acreditarei em ti e me batizarei em teu nome". O rei manteve sua promessa, e junto a três mil francos se batizou na noite de Natal desse mesmo ano na catedral de Reims. Após o batismo, a nação francesa professou a religião católica.

Clotilde também teve que passar por algumas provações. Sua filha morreu nas mãos do marido que a maltratava, e seu filho foi também assassinado, de maneira que teve que ocupar-se também de seus netos e suportando o peso da luta pela coroa.

Depois da morte de seu marido, viveu como religiosa, e desiludida por tantas guerras entre os sucessores de seu marido, retirou-se a Tours para dedicar-se à oração e às boas obras, especialmente em ajuda dos pobres, doentes e afligidos.

Seus dois filhos Clotario I e Childeberto I declararam guerra entre eles e quando os dois exércitos estavam preparados para a batalha, Clotilde se dedicou a rezar fervorosamente pela paz entre eles. Passou toda uma noite em oração pedindo pela reconciliação dos dois irmãos e aconteceu que começou então uma tormenta tão espantosa que os dois exércitos tiveram que afastar-se antes de receber a ordem de ataque.

Os dois combatentes assinaram a paz e foram visitar sua Santa mãe para prometer que se tratariam como bons irmãos e não como inimigos.

Santa Clotilde morreu em Tours em 3 de junho de 545, e seus restos foram transladados a Paris.