O Padre Guillermo Ortiz é o responsável pelos programas em espanhol da Rádio Vaticano, nasceu em Córdoba, Argentina, e foi filho espiritual do Papa Francisco por muitos anos. Recebeu o Sacramento da Penitência das mãos do Pontífice em várias ocasiões, e assegura que confessar-se com ele "é experimentar a misericórdia de Deus".

Em uma entrevista concedida em Roma ao Grupo ACI, o Pe. Ortiz disse que confessar-se com o Papa "é experimentar a misericórdia de Deus, o abraço de Deus, o perdão que realmente nos ajuda a estar mais perto de Deus".

O Pe. Ortiz conhece o papa Francisco desde 1977. Nesse então, o sacerdote Jorge María Bergoglio, era o superior provincial da Companhia de Jesus na Argentina. Ele foi quem deu ao Pe. Ortiz a permissão para formar parte dos jesuítas.

Em 1978 o Padre Bergoglio passou a ser o Reitor do Colégio Máximo dos jesuítas, converteu-se em seu formador, e mais tarde se converteu no pároco da igreja onde o Pe. Ortiz se formou como sacerdote e viveu o noviciado.

"Essa foi outra graça de Deus muito grande… tê-lo, então, como formador e como diretor espiritual, como confessor várias vezes, como pároco foi uma experiência muito linda", assegurou.

O Pe. Ortiz conta que quando o Cardeal Bergoglio foi eleito como Pontífice no dia 13 de abril deste ano, quase não podia acreditar: "Eu tinha que fazer a crônica do momento, estava na Praça de São Pedro, vi a fumaça branca sair pela chaminé do Vaticano e corri ao estudio. Quando vi aparecer ao Cardeal Bergoglio me bloqueei, não podia mais pensar… e até o dia de hoje me emociona, porque é uma pessoa que faz me sentir Jesus, que transparece Jesus, e que necessitamos como Papa neste momento", assinalou.

"Tinha falado com ele no sábado anterior porque queria cumprimentá-lo e fiquei muito impressionado, com a sua palavra, com o seu humor, sua serenidade, sua perseverança no ânimo… Eu não pensava que ele fosse ser eleito porque se falava de alguém mais jovem, mas de qualquer maneira sempre foi o candidato do meu coração".

O sacerdote jesuíta explica que para a Rádio Vaticano, mais conhecida como "a rádio do Papa", "é muito curioso e especial ter um Papa jesuíta".

Desde ano 1931, a Companhia de Jesus dirigiu a rádio, e agora "o Papa é jesuíta", assim "é mais fácil compreender o que faz e o que diz, porque nós já sabemos que está impregnado da cristandade da Companhia de Jesus. É muito lindo, porque ao final, de algum jeito, o trabalho que fazemos fica em família", concluiu.

Até o momento o Pe. Ortiz manteve vários encontros com o Papa depois de sua eleição, a primeira ocasião foi durante o encontro que o pontífice quis ter com milhares de jornalistas que foram a Roma para cobrir o Conclave.