O Presidente do Conselho Pontifício para a Família, Cardeal Alfonso López Trujillo, solidarizou-se com o Bispo Militar, Dom. Antonio Baseotto, ao assinalar que o acompanhava "nesta hora de prova, por dar testemunho da verdade contra o aborto, a execução capital de um inocente no seio da mãe e sobre o preservativo".

Através de uma carta dirigida ao ordinário militar, o Cardeal manifestou estar surpreso pelas "interpretações que de suas afirmações se fazem" e lhe confiou que "ora para que o clima de tensão se serene e possa cumprir sua missão pastoral serenamente".

Retiram-lhe aval e salário

O Presidente Néstor Kirchner assinou um decreto pelo que se retira o aval e o salário ao Dom Baseotto como "sanção" por suas declarações que questionam a posição abortista do Ministro da Saúde, Gines González García.

O Governo solicitou oficialmente que se retirasse ao Prelado de seu cargo de Bispo Militar, o que não aconteceu; e as autoridades desse país decidiram despojá-lo de suas atribuições deixando-o virtualmente fora do cargo.

O chefe do gabinete, Alberto Fernández, assinalou que "o acordo caiu", quando anunciou que o Governo não pagará mais os cinco mil pesos de salário que recebe o Bispo mensalmente.

Fernández indicou que a decisão foi adotada pelo Kirchner logo que o Prelado questionasse severamente ao titular de Saúde por seu apoio ao aborto e seu impetuoso apoio ao uso de preservativos.

Disfarçados de morte, defendem a vida

De outro lado, um grupo de jovens da província argentina do Jujuy, um deles fantasiado da morte, repartiu nas ruas centrais da capital provincial duas mil fotocópias da carta do Bispo militar a González García, que incluía no dorso estatísticas sobre as 80 mil mortes anuais que o aborto provoca na Espanha.

A iniciativa, que teve boa recepção em muitos e insultos de outros, coincidiu com a visita do funcionário nacional à província para apresentar "paradoxalmente" -dizem os jovens- o Plano Nascer.