Dois renomados peritos questionaram a existência de qualquer tipo de pílula do dia seguinte que careça de um mecanismo abortivo antiimplantatorio, como afirmou recentemente uma declaração da Conferência Episcopal Alemã que autorizou o uso destes fármacos em casos de estupro.

Os bispos concordaram em permitir o uso da "pílula do dia seguinte" nos hospitais católicos em casos de estupro, "partindo da premissa de que seus princípios não sejam abortivos, mas anticoncepcionais".

"Métodos médicos ou farmacêuticos que levem à morte do embrião continuam proibidos", acrescenta a declaração dos bispos alemães publicada em site em 22 de fevereiro.

A respeito deste texto a Dra. Vierling questionou que exista uma nova fórmula da pílula que seja apenas anticoncepcional.

"Esse fármaco tem ao menos quatro efeito e não há pílula no mundo que possa dissociar-se destas quatro fases", explicou. Estas incluem, disse, a "acidificação da vagina, que destrói o esperma", a prevenção da ovulação, um efeito abortivo ao impedir a passagem do embrião ao útero e o efeito que impede que o óvulo fecundado seja implantado.

"Mas à luz da informação que os bispos alemães deram, eles querem remarcar que sempre é melhor evitar a concepção de um novo ser humano que abortá-lo", indicou.

Sobre este tema, o doutor Justo Aznar, membro da Pontifícia Academia para a Vida (PAV) e Diretor do Estudo de Ciências da Vida da Universidade Católica de Valência (Espanha), declarou ao grupo ACI estar surpreso com a declaração dos bispos alemães e assinalou um "desconhecimento técnico".

Aznar precisou que a pílula do dia seguinte comercializada atualmente "na metade dos casos atua com um mecanismo anticoncepcional e na outra metade com um mecanismo antiimplantatorio". O perito, assim como a Dra. Vierling, nega a existência de um fármaco com efeitos exclusivamente anticoncepcionais distribuído sob o nome de "pílula do dia seguinte".