Um concerto de um grupo de rock abriu pela primeira vez na história a assembleia plenária do Pontifício Conselho para a Cultura. O evento realizou-se na quarta-feira 6 de fevereiro no Aula Magna da Universidade Lumsa de Roma, perto do Vaticano.

Para a ocasião o Cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do chamado dicasterio, fez uma pequena introdução sobre a importância das "Culturas juvenis emergentes", no mundo de hoje, que será a temática que ocupará entre os dias 6 a 9 de fevereiro as reuniões de seu dicastério; e, posteriormente, cedeu o espaço à banda de rock italiana "The Sun", que tocaram diante de cardeais e bispos da Cúria romana.

Em uma entrevista concedida no dia 6 de fevereiro ao grupo ACI, o Cardeal Ravasi assinalou que convidou a banda de rock para reconciliar com o mundo católico jovens afastados da Igreja.

"Se caminharmos pela cidade, vemos que quase todos os jovens levam em suas orelhas auriculares, escutam música e esta, forma parte de sua linguagem. Por isso quisemos começar as reuniões com sua música. Naturalmente, através desta música queremos mandar-lhes uma mensagem", referiu.

A banda de rock The Sun, formou-se em 1997 e obteve êxito internacional. Tocaram em numerosas partes do mundo, desde Terra Santa até o Japão, e partir de 2008 adquiriram um caráter cristão, quando seu líder, Francesco Lorenzi –vocalista e guitarrista do grupo–, redescobriu o catolicismo.

A banda está integrada também por Gianluca Menegozzo (guitarra), Matteo Reghelin (baixo) e Riccardo Rossi (bateria), e já conta com dois álbuns de caráter católico.

The Sun abriram concertos de bandas como The Cure, The Offspring, Muse, OK Go, NOFX, Ska-P, Pennywise, e Deep Purple, mas isto, conforme explicam, não os preenchia e hoje encontram as respostas às suas perguntas no Evangelho.

Em entrevista com o grupo ACI, Lorenzi explicou em espanhol que estão entusiasmados com o convite feito: "para nós é algo incrível, porque estamos vendo uma abertura muito boa, e isto é o que quer o Cardeal Ravasi, falar com os jovens e abrir o mundo da Igreja ao que é novo, como nós e outros mais".

Antes do êxito de que desfrutam hoje, a banda passou dois anos "muito duros", nos quais não encontraram contrato algum. Sua antiga discográfica, a Rude Records, os ignorou por causa de sua fé. Finalmente, depois de muita oração, Sony Music, a maior empresa discográfica do mundo, chamou-lhes para gravar um disco respeitando o sentido religioso de suas canções.

"Nós gostaríamos de cantar em espanhol, muito mais que em inglês, porque é o idioma mais bonito do mundo", explicam, e também querem trocar o panorama musical, porque para eles, "a música não tem limites e não deve estar só nos pubs ou nos festivais, mas também é possível tocar nas escolas, paróquias, igrejas, hospitais…a música é para ser feita em todas partes. Só assim pode sair e fazer o que deve fazer: unir às pessoas".

O concerto no Vaticano mereceu os aplausos de cardeais e bispos, que apesar de não compartilhar necessariamente os mesmos gostos musicais viram-se contentes. Assim o explicou ao grupo ACI o prelado espanhol Monsenhor Melchor Sánchez de Toca y Alameda, Subsecretário do Pontifício Conselho para a Cultura que preside o Cardeal Ravasi.

"Por outro lado, muitos deles têm também experiência de encontros nas jornadas mundiais da juventude. Por exemplo o Cardeal de Madri, o Cardeal de Houston não são estranhos a este tipo de manifestações, mas simplesmente por idade, não é seu estilo".
"Eu pessoalmente não conhecia grupo, mas me pareceu muito estimulante, muito pegajoso. É um estilo que eu gostei de muito", acrescentou.

Uma jovem italiana de 19 anos, Silvia Contini, disse ao grupo ACI que graças às canções do The Sun conheceu Deus melhor. "Eu gosto da mensagem que oferecem sobre a realidade dos jovens que formam parte da Igreja", referiu.

Mais informação sobre a banda em: www.thesun.it e www.francescolorenzi.it