O Dr. José Maria Simón Castellví, membro do Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde e o vice-presidente do grupo pró-vida e pró-família Profissionais pela Ética (PPE), Fabián Fernández del Alarcón, coincidiram na gravidade que significa para a Espanha que o “rei do aborto” Carlos Morín tenha sido absolvido da acusação de ter perpetrado 89 abortos ilegais em Barcelona.

Em declarações ao grupo ACI, o Dr. Simón Castellví, também presidente da Federação Internacional de Associações Médicas Católicas (FIAMC), assegurou que esta absolvição “se trata de um fato gravíssimo”, pois “depois de muitos esforços por parte de muitas pessoas e durante muito tempo, ele foi posto à disposição da justiça com provas e mais provas e termina absolvido do grave delito do aborto”.

“Esta sentença marca um antes e um depois”, sublinhou Castellví, pois daqui para frente “já não há pena humana para o aborto procurado na Espanha”.

Para o presidente da FIAMC o resultado do inquérito é “muito grave”, pois já nenhuma entidade judicial perseguirá os que lucram com abortos no país.

Simón Castellví assinalou que “teremos que combater o aborto provocado de outras maneiras: espirituais, mediáticas, políticas, pedagógicas”.

“Se matar crianças no ventre materno não é delito humano, Deus atuará. Ele é humilde e paciente. Mas sua justiça é contundente”, assinalou.

Para o Dr. Castellví, “a lei se amaldiçoou a si mesma na Espanha”.

Por sua parte, Fabián Fernández del Alarcón, vice-presidente do PPE, afirma que a absolvição de Carlos Morín manifesta “que a mentalidade favorável ao aborto como direito foi instalada na sociedade e nas instituições espanholas, o que nos obriga a levar adiante um trabalho pedagógico e divulgativo de alcance”.

Fernández del Alarcón também criticou as “lacunas do procedimento judicial”, pois “resulta surpreendente que as declarações de testemunhas protegidas antes e depois do julgamento sejam diferentes ou o fato que a gravação dos métodos de Morín não pudessem ser utilizados como prova”.

“Não esqueçamos que o caso, ativado em 2008, servia o Governo espanhol da época para impulsionar uma reforma do aborto quando esta prática passou de estar despenalizada a ser reconhecida como direito. Desta maneira, médicos abortistas como o doutor Morín ficavam legitimados para eliminar seres indefesos virtualmente sem limites e obtendo ainda abundantes benefícios por isso”, assinalou.

O vice-presidente de Profissionais pela Ética sublinhou que “a questão de fundo é que a ‘legalidade’ de qualquer tipo de aborto voluntário é uma farsa em todos os casos porque, além dos prazos e das formalidades burocráticas, trata-se da eliminação de um ser humano”.

Para o líder pró-vida isto é o que o Governo espanhol deve entender se quiser confrontar com coragem a tutela da vida e da maternidade”.