Conforme revelaram diversos relatos de ex-guerrilheiras e documentação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), recolhidos pela imprensa colombiana, este grupo narcoterrorista obriga as suas próprias integrantes que ficam grávidas a abortar, somando aproximadamente 1.000 abortos por ano.

O jornal colombiano El Espectador revelou relatórios internos das FARC nos que se evidenciam abortos realizados em mulheres que integram a organização narcoterrorista, incluindo a ordem do líder Víctor Julío Suárez Rojas (Mono Jojoy), morto em 2010 e que estava acostumado a dizer que era "melhor não engendrar, porque tem que eliminar".

Segundo El Espectador, as autoridades colombianas começaram a investigar os casos de abortos dentro das FARC desde 2007.

Citando a um anônimo perito em inteligência policial, o jornal colombiano denunciou que a cada 36 horas, uma guerrilheira das FARC é submetida à escravidão sexual por parte dos comandantes e subcomandantes.

De acordo à informação, foram descobertos casos de mulheres que tiveram até cinco abortos antes de abandonar a organização narcoterrorista.

"Por cada guerrilheira, se calcula que entre cinco e sete guerrilheiros têm relações sexuais com ela durante sua militância", denunciou a fonte do jornal.

As mulheres que ficam grávidas são obrigadas a abortar, indicou o jornal, e "à que se nega, fazem-lhe um conselho de guerra e a fuzilam ou lhe impõem trabalhos forçados para fazê-la abortar".

Um relatório do Estado Maior de uma das frentes do grupo narcoterrorista, o 40, com data 2007, revela que nesse período "se praticaram um total de 17 legrados (abortos)".

Um e-mail de "Mano Jojoy" de 2006 indicava que "o planejamento (sexual) é obrigatório e nos casos de gravidez (temos que) realizar o legrado. Temos que manter o segredo das áreas dos hospitais evitando que os pacientes conheçam tudo o que temos. Somente em casos de extrema gravidade as levaremos para as cidades".

Os supostos médicos que participam dos abortos, conforme se entende dos e-mails internos das FARC, são "empíricos" e se utiliza um medicamento "específico para úlceras que produz contrações uterinas".

O jornal colombiano também cita a uma mulher que abandonou as FARC relatando que só as que são mulheres do comandante têm a possibilidade de ter filhos, enquanto que "as outras são obrigadas a abortar à força".

"Se resistem ao aborto, são colocadas para fazer trincheira ou carregar lenha", assinalou a mulher.

Um agente de inteligência consultado por El Espectador assegurou que "quando recrutam às meninas, inclusive de 12 ou 13 anos, já as fazem planejar-se nas FARC e as doutrinam dizendo-lhes que fazem parte da causa revolucionária".

Evidenciando o drama da síndrome pós-aborto, um dos relatos citados pelo jornal colombiano assinala que "com três pedaços de madeira fazem uma maca para as mulheres, as drogam e com isso elas dormem. Quando se dão conta já estão sangrando. Uma das mulheres se matou com um tiro depois que lhe tiraram o seu bebê".