O Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) –que tem como missão não só defender a fé mas também promovê-la–, Dom Gerhard Ludwig Müller, pediu "coragem" aos católicos espanhóis diante da secularização e assegurou que a Igreja sabe "muito melhor" que os políticos "da linha laicista" do que os homens realmente necessitam.

"Não podemos perder a coragem de anunciar o Evangelho hoje porque nós sabemos muito melhor que todos estes políticos da linha do laicismo, desta ideologia atéia, sabemos muito melhor o que é necessário para todos os homens", afirmou o Arcebispo em uma entrevista à rede espanhola COPE recolhida pela Agência de notícias Europa Press.

Neste sentido, o prelado vaticano sublinhou que a mentalidade "secularizada" não pode dar uma resposta adequada aos sofrimentos dos homens, aos seus problemas existenciais, ao que há depois da morte, nem à forma de construir uma sociedade fundamentada nos valores "da justiça social e a dignidade humana".

Além disso, Dom Müller indicou que as polêmicas sobre a Igreja são "inúteis" e que é preciso concentrar-se não no "superficial" mas "nas grandes pergunta existenciais dos homens que vivem hoje no mundo".

Do mesmo modo, ele destacou que é necessário "um anúncio de esperança" e que a Igreja dá esperança a todos os homens.

Não obstante, o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, que participou esta segunda-feira na celebração da festa de Santo Tomás de Aquino na Universidade Eclesiástica São Dâmaso, manifestou que a fé católica "não é um irracionalismo" pois "existe uma conexão entre razão e fé".

Assim, explicou que, "para apresentar o Evangelho como força que dá vida, é necessário sublinhar a intelectualidade, a racionalidade da fé" mas também "expressar a direção da razão dos homens para a fé, até o encontro com Deus".

No marco desta "intelectualidade", Dom Müller destacou que as universidades são "absolutamente importantes" e recordou que são "fundações da Igreja" na história do cristianismo europeu. Além disso, remarcou que, sejam universidades do Estado ou da Igreja, sempre se trata "da mesma essência".

Neste sentido, referiu-se ao "grande intelectual" que é o Papa Bento XVI que ele definiu também como "uma pessoa muito humilde, muito singela e muito cultivada" que ademais se encontra "muito bem de saúde".

"O Papa tem a capacidade de dirigir a Igreja no bom caminho para uma nova cultura da humanidade, porque a humanização e a evangelização são quase duas mãos com só corpo", precisou.