Espanha é o terceiro país da União Europeia com maior número de abortos, depois de registrar 118 359 no ano passado, conforme assinalou Eduardo Hertfelder, presidente do Instituto de Política Familiar (IPF).

Desta maneira, Espanha superou o número de abortos registrados na Alemanha (108 900 abortos), Itália (109 538 abortos) e Romênia (101 915 abortos). Somente na França (211 985 abortos) e no Reino Unido (202 402 abortos) as cifras são maiores que as da Espanha.

Além disso, segundo um relatório do IPF, Espanha é o país da UE com maior crescimento, com um aumento de 48.502 abortos anuais nos últimos dez anos (2001-2011).

Neste sentido, os países europeus que seguem a Espanha quanto ao crescimento são: Portugal (incremento de 16.685 abortos anuais) e Reino Unido (incremento de 13.910 abortos anuais).

Pelo contrário, o país no qual mais descendeu o número de abortos nos últimos anos foi Romênia, com 155.950 abortos, o que supôs uma diminuição de 60%, seguido da Bulgária (-29.830), Alemanha (-24.178) e Itália (-22.727).

Segundo o estudo, a diminuição de abortos na UE27 se deve principalmente aos países do Leste Europeu, passando em total de ter 1,3 milhões de abortos no ano 2000 a 1,1 milhões no ano 2010, o que supõe uma diminuição de 15 por cento.

Não obstante, ressalta que nos países da UE15 o número de abortos passou de 868.082 abortos no ano 2000 e representar 64 por cento do total dos abortos, a ser 910.087 abortos no ano 2010 e representar 80 por cento dos abortos na Europa.

Para o IPF, a nova lei do aborto do ano 2010 significou "um tremendo engano e um passo atrás" na convergência europeia. Além disso, entende que é uma lei que "difere enormemente" das legislações do resto da Europa.

"É necessário, em definitiva, que se retire esta lei. Mas voltar para a legislação do aborto de 1985 sem eliminar a ‘peneira’ que supunha o suposto do risco psicológico para a mãe não solucionaria o problema do aborto, já que a imensa maioria dos abortos na Espanha (mais de 97 por cento dos abortos) produziam-se baixo esta modalidade", apontou.

Por isso, pede uma legislação que "em vez de incrementar o número de abortos, impulsione o desenvolvimento de políticas públicas" que garantam o direito da criança no período pré-natal e o direito da mulher à maternidade.