O Custódio da Terra Santa, Pe. Pierbattista Pizzaballa, afirmou que a oração é o último recurso ante tanta violência e por isso as comunidades cristãs se esforçam para ser um sopro de oxigênio em meio da destruição que foi deixada pelo novo conflito entre Israel e Hamas.

"Mais uma vez, a violência, a morte e a destruição são a linguagem comum. Não tem sentido começar discutindo quem começou, fazer a conta dos mortos e atribuir responsabilidades. Sabemos simplesmente que não se chegou a nenhuma solução e que será só uma questão de tempo, antes que tudo volte a começar de novo, como um inútil círculo vicioso. Por desgraça, a solução, complexa, parece ainda estar muito longe", expressou.

Em uma declaração publicada no site da Custódia da Terra Santa, o sacerdote franciscano assinalou que a oração "é necessária assim como o ar que respiramos porque nos permite olhar tudo o que está ocorrendo com um olhar de fé".

"O crente deve olhar o mundo com os olhos de Deus, que é Pai, justo e misericordioso; é a única forma de não cair na lógica da violência e da rejeição do próximo, algo que este enésimo conflito é testemunha. Temos necessidade, apesar de tudo o que está ocorrendo, de acreditar ainda no outro. Sem Deus, é impossível", explicou.

Sobre o papel das comunidades religiosas, o Pe. Pizzaballa disse que "deverão esforçar-se, ainda mais, nas distintas e pequenas iniciativas de diálogo e de paz. Não mudarão o mundo na Terra Santa, mas serão um sopro de oxigênio que nos fará constatar que, apesar de tudo, há ainda muitas pessoas que rejeitam esta lógica e que estão dispostas a trabalhar séria e concretamente. Corresponde sobretudo às instituições que trabalham com os jovens, pois a eles está confiado o nosso futuro, adotar iniciativas de diálogo".

"Tanto na Terra Santa como no Oriente Médio, as comunidades cristãs estão chamadas a dar testemunho, a transmitir confiança e não dar espaço para o desespero. Judeus, cristãos e muçulmanos foram chamados aqui, a esta Terra, pela Providência para viver juntos. Queremos demonstrar com a vida que esta vocação é possível e realizável. E com esta certeza vamos recomeçar", expressou.