"Arte e fé. ‘Via Pulchritudinis’ (O caminho da beleza)", é o título do documentário realizado pelos Museus Vaticanos, em colaboração com a televisão polonesa TBA, pela ocasião do 500º aniversário da conclusão da abóbada da Capela Sistina, pintada pelo célebre Michealangelo entre 1508 e 1512.

Bento XVI, que compareceu na sexta-feira 26 a uma projeção do filme no Sala Paulo VI, assinalou em um breve discurso que "embora não era a primeira vez que os Museus Vaticanos ilustravam os laços entre arte e fé através do patrimônio das galerias pontifícias, este documentário era, de algum jeito, especial porque coincidia com o Ano da Fé".

"Para muitas pessoas a visita aos Museus Vaticanos representa, durante sua viagem a Roma, o maior contato e às vezes o único, com a Santa Sé e, portanto, uma ocasião privilegiada para conhecer a mensagem cristã".

"Poderíamos dizer –continuou o Papa– que o patrimônio artístico da Cidade do Vaticano constitui uma espécie de grande ‘parábola’ mediante a qual o Papa fala com os homens e as mulheres de todo o mundo que pertencem a culturas e religiões diversas; pessoas que possivelmente jamais leiam um discurso ou uma homilia dele".

Bento XVI indicou ademais que "a linguagem da arte é uma linguagem parabólica, dotado de uma abertura universal: a ‘via pulchritudinis’ é um caminho capaz de guiar a mente e o coração para o Eterno, de elevá-los até as alturas de Deus".

"Aprecio muito que o filme mencione várias vezes a dedicação dos pontífices romanos à conservação e valorização do patrimônio artístico; e também, na época contemporânea à renovação do diálogo da Igreja com os artistas".

O Papa disse que "a coleção de Arte Religiosa Moderna dos Museus Vaticanos é a demonstração evidente da fecundidade deste diálogo. Mas na verdade todo o grande organismo dos Museus Vaticanos possui esta dimensão que poderíamos chamar ‘evangelizadora’".

O Santo Padre recordou também "a grande sensibilidade pelo diálogo entre arte e fé" do Beato João Paulo II e sublinhou que arte e a fé são um "binômio que acompanha a Igreja e à a Santa Sé há dois mil anos; um binômio que hoje devemos valorizar com mais afinco para levar aos homens e as mulheres de nossa época o anúncio do Evangelho, do Deus que é beleza e amor infinitos".

Por último, o Pontífice expressou o desejo de que o documentário suscite em muitas pessoas "o desejo de conhecer melhor essa fé que sabe inspirar tais e tantas obras de arte".