Dom Dominique Mambertí, Secretário Vaticano para as Relações com os Estados, interveio nesta segunda-feira, 1° de outubro, na Assembleia Geral da ONU cujo tema é "alcançar com meios pacíficos o ajuste ou a resolução de disputas ou situações de caráter internacional".

Em seu discurso, o Delegado da Santa Sé destacou que "a perda de confiança no valor do diálogo ou a tentação de favorecer 'a priori' uma das partes envolvidas nos conflitos regionais e nacionais, acaba minando o respeito aos mecanismos jurídicos das Nações Unidas".

"No entanto, acrescentou, o predomínio dos valores enunciados na Carta das Nações Unidas deveria conduzir à adoção de todos os meios possíveis para garantir a proteção dos mais vulneráveis, promover o respeito do Estado de direito e dos direitos humanos, assim como a proteção dos equilíbrios culturais e religiosos seculares".

Dom Mamberti ressaltou que "a urgência da situação é ainda mais evidente em relação aos eventos no Oriente Médio e especialmente na Síria. Não é possível uma solução fora do respeito das normas de direito internacional e de direito humanitário assim como da aplicação dos mecanismos estabelecidos pela Carta das Nações Unidas".

"Todas as partes interessadas deveriam, não só facilitar a missão do enviado especial da ONU e da Liga Árabe, mas também garantir a assistência humanitária às populações afetadas".

"A comunidade internacional deve unir suas forças, para que todas as partes implicadas substituam o recurso às armas pela negociação, e exigir o respeito efetivo à liberdade religiosa, dos direitos humanos e de todas as liberdades fundamentais".

O representante do Vaticano explicou que "só uma comunidade internacional fortemente ancorada em valores autenticamente de acordo com a dignidade humana poderá propor soluções viáveis para os novos tipos de conflitos que envolvem a grupos transnacionais, os quais difundem uma ideologia hegemônica pseudo-religiosa, que não respeita os direitos das pessoas e a paz civil".

"Pensamos na instabilidade e nos recentes ataques terroristas em alguns países africanos e asiáticos e nas relações entre o narcotráfico e o terrorismo em outras regiões do mundo."

"É prioritário achar uma solução efetiva ao debate aberto sobre a reforma e a melhora do funcionamento dos órgãos das Nações Unidas, para reavivar sua capacidade de predizer os conflitos e resolvê-los por meios pacíficos", finalizou o Arcebispo.