Ofelia Acevedo e Rosa María Payá, viúva e filha de Oswaldo Payá, não participarão da audiência que Bento XVI dará aos líderes da Internacional Democrata Cristã (IDC) porque o Governo cubano não lhes deu permissão para sair da ilha, apesar de já terem o visto para a Itália.

Nos dias 21 e 22 de setembro se realizará em Roma (Itália), um encontro dos líderes da IDC e foram convidadas Ofelia Acevedo e Rosa María Payá, membros também do Conselho Coordenador do Movimento Cristão Liberação (MCL).

Entretanto, toda pessoa que queira sair de Cuba necessita uma permissão do Governo comunista, e um dos requisitos é um convite enviado do estrangeiro. Dias atrás, a filha de Oswaldo Payá declarou ao grupo ACI que neste caso a documentação foi apresentada na primeira semana de setembro pelo presidente da IDC, Ferdinando Casini.

Isto foi negado várias vezes pelo Governo de Raúl Castro. "O governo não nos deixa sair de Cuba até agora", informou ontem Rosa María através de sua conta no Twitter.

Por sua parte, Carlos Payá, irmão do líder católico falecido em 22 de julho, disse ao grupo ACI que as autoridades comunistas "disseram somente verbalmente que não tinha chegado nenhuma carta de convite".

Mesmo assim, o MCL estará presente no evento da IDC através de Carlos Payá e Regis Iglesias, ambos residentes na Espanha.

Em declarações ao grupo ACI, Carlos Payá disse que denunciarão neste encontro a persistência do Governo cubano de não deixar sair a Ofelia Acevedo e Rosa María.

Também reiterarão seu pedido para que se realize uma investigação internacional que esclareça as circunstâncias em que faleceram Oswaldo e o ativista Harold Cepero.

Como se recorda, a versão oficial é que ambos morreram em um acidente automobilístico por excesso de velocidade, mas a família do fundador do MCL tem informação de que o veículo estava sendo empurrado por outro até que foi tirado da estrada.

Carlos Payá indicou que em Roma também vão expor sobre a continuidade do trabalho que realiza o MCL e o Caminho do Povo, um documento que chama os cubanos a somar-se pela transição pacífica da ilha à democracia e que promove "a realização de um plebiscito para que o povo decida soberanamente sobre as mudanças" que Cuba precisa.

"O pedido de mudanças nas leis e todos os projetos e iniciativas pacíficas que visam conseguir a democracia, os direitos, a liberdade, a reconciliação e a soberania popular. A participação dos cidadãos neste caminho de mudanças mediante a demanda de seus direitos e o dialogo respeitoso da diversidade", expressa o documento.