A opositora Marta Beatriz Roque e outros 29 dissidentes cubanos suspenderam nesta terça-feira sua greve de fome logo depois da libertação do opositor Jorge Vázquez Chaviano. Este ato foi qualificado pela blogueira Yoani Sánchez como uma "vitória cidadã".

"Suspendemo-la (a greve de fome que já tinha oito dias) porque a esposa de Jorge Vázquez Chaviano informou que o Tribunal Supremo já tinha emitido a sentença com a ordem de liberdade", disse à AFP a ativista Rosa Naranjo na casa de Roque em Havana.

"Tiveram que ceder! Os intestinos vazios conseguiram o que a própria legalidade não nos deu", expressou por sua parte Sánchez em sua conta do Twitter.

A medida de força empreendida por Roque, de 67 anos, e pelos outros opositores foi seguida pela comunidade internacional e pela Igreja em Cuba. "Estamos seguindo as notícias e rogando por ela, pela sua saúde e por outras pessoas que estão em uma situação semelhante", disse à imprensa internacional Orlando Márquez, porta-voz da Arquidiocese de Havana.

Entretanto, Márquez recordou que a Igreja não apoia as greves de fome porque se trata de uma forma de "autoagressão".

"A Igreja rechaça a violência infringida contra qualquer pessoa por qualquer motivo, do mesmo modo que rechaça um método de autoagressão, quando se está reclamando pelo direito a essa mesma vida", indicou.

Jorge Vázquez Chaviano é membro da Coalizão Central Opositora e conforme informou a oposição, ele deveria ter sido solto no dia 9 de setembro após cumprir uma condenação por exercer uma "atividade econômica ilícita". Entretanto, a sua pena foi estendida até o dia 2 de abril de 2013.

Esta extensão foi o que motivou a medida de força empreendida por Roque e outros opositores.