A Sala de Imprensa da Santa Sé informou hoje que o ex-mordomo do Papa, o leigo italiano Paolo Gabriele, e seu cúmplice Claudio Sicarpelleti, serão reenviados a julgamento pelo caso do roubo e filtração dos documentos reservados da Santa Sé, que a imprensa secular batizou como "vatileaks".

Hoje se deu a conhecer o procedimento penal ante o Tribunal do Estado da Cidade do Estado Vaticano contra Gabriele com a sentença do promotor de justiça, o professor e advogado Pier Antonio Bonnet, e a disposição de reenvio a julgamento pronunciado pelo juiz instrutor, pelo delito de furto grave cometido por Gabriele.

Conforme informa a Rádio Vaticano, também se dispôs que Claudio Sicarpelleti seja reenviado a julgamento pelo delito de encobrimento.

Sobre este último não procede a acusação de delito de violação de segredo e de furto grave por provas insuficientes.

Sobre o caso, o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, assinalou que se observa no processo uma firme vontade de transparência, unidade e um profundo respeito pelo papel, pela competência e pela autonomia da magistratura vaticana; perspectiva plenamente compartilhada pelo Pontífice.

Conforme assinala a Rádio Vaticano, o sacerdote disse que "há uma clara intenção do Papa de respeitar o trabalho da magistratura e seus resultados, e isto explica também a ausência de outras intervenções do Papa sobre o assunto. Mas estes não estão necessariamente excluídos para o futuro: sempre é potestade do Papa intervir".

À pergunta sobre o possível delito de violação de segredo de Estado, o Padre Lombardi indicou que qualquer desenvolvimento posterior do processo será divulgado em setembro e com os tempos respectivos do caso.