O Arcebispo de Baltimore (Estados Unidos), Dom William Lori, assinalou que o convite ao presidente americano Barack Obama a um evento beneficente no dia 18 de outubro, onde aparecerá junto a seu rival eleitoral Mitt Romney, não deve ser confundido como uma mostra de apoio ao governante abortista.

Em declarações ao National Review Online no dia 9 de agosto, Dom Lori disse que a presença e as palavras que dirigirá Obama durante o próximo jantar da fundação Alfred E. Smith, "não constituem uma aprovação".

O presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) e Arcebispo de Nova Iorque, Cardeal Timothy Dolan, foi criticado por alguns grupos pró-vida, pois vai continuar com o costume de nos anos eleitorais, convidar aos candidatos dos partidos Democrata e Republicano para o evento de arrecadação de fundos para causas beneficentes católicas, em Nova Iorque.

Obama foi ao jantar em 2008, junto com Senador John McCain, mas o convite deste ano desagradou a algumas pessoas, devido aos recentes esforços do presidente americano para obrigar às instituições católicas a oferecer planos de saúde que incluam anticoncepção, esterilização e drogas abortivas.

Em suas declarações à imprensa, durante a Convenção Suprema dos Cavalheiros do Colombo, na Califórnia, que se realizou do dia 7 ao 9 de agosto, Dom Lori indicou que ele acha que não há "voz mais clara nos Estados Unidos sobre a santidade de vida e sobre a liberdade religiosa que a do Cardeal Dolan".

O Arcebispo de Baltimore pediu aos católicos e a outros pró-vida para que não se "distraiam" no gesto de cortesia do Arcebispo de Nova Iorque com o presidente Obama, que não desvirtua sua postura como "porta-voz" dos princípios não negociáveis da Igreja.

O Cardeal Dolan com frequência se declara abertamente contra o mandato anticonceptivo do governo de Obama, de forma notável durante o evento "Duas Semanas pela Liberdade", convocado pelos bispos americanos entre o dia 21 de junho e 4 de julho deste ano.

Apesar de ser um costume do evento beneficente da fundação Al Smith acolher a ambos os candidatos presidenciais durante o ano eleitoral, os predecessores do Arcebispo de Nova Iorque fizeram exceções em 1996 e 2004, deixando de convidar a ambos os postulantes.

O Pe. Frank Pavone, de Sacerdotes pela Vida, o Pe. Shenan Boquet, do Human Life International, e Judie Brown, do American Life League, estão entre os que pedem ao Cardeal Dolan que tome uma medida similar este ano.

Entretanto, Edward Mechmann, que faz trabalho político público para o escritório Respect Life da arquidiocese de Nova Iorque, disse no dia 7 de agosto em seu blog que não vê o convite realizado pelo Cardeal Dolan como algo que debilite ou contradiga o testemunho da Igreja na vida pública.

"Não há dúvida de que a agenda política do presidente e seu registro político são deploráveis de uma perspectiva católica", mas "dada a consistência e a força com a que nossos bispos, particularmente o Cardeal Dolan, estiveram proclamando a visão católica da política pública", ele não acha que o evento possa "levar ninguém a acreditar que a Igreja está suavizando sua defesa da vida, da família e da liberdade religiosa".

Mechmann assinalou que "quando todos despertem na manhã seguinte, a batalha continuará".

Além disso, o convite ao presidente também envia uma mensagem "que é importante neste tempo de política patologicamente tóxica", disse.

"(O convite) diz-nos que podemos veementemente discrepar com a posição de uma autoridade pública, mas ainda podemos nos mostrar respeitosos pelo seu cargo, e por ele como pessoa, e tratá-lo com civilidade".

Mechmann indicou que isto "nos dá uma oportunidade de atuar como cristãos, e mostrar um pouco de amor a nossos adversários, e inclusive àqueles políticos que consideramos imorais e opressores".