A Igreja sabe que ao refletir sobre o matrimônio virginal entre Maria e José, descobre "mais exatamente que ‘a essência do matrimônio consiste na união indivisível dos espíritos, em virtude da qual os esposos estão mutuamente obrigados à fidelidade’", afirmou o jesuíta Bertrand de Margerie em um dos textos sobre o Coração de Maria que o grupo ACI põe a disposição pelo Ano da Fé.

No texto "Coração de Maria: Nupcial", recolhido pela Enciclopédia Católica, o religioso falecido em 2003 assinalou que a Igreja, que é Esposa virginal de Cristo, "ama no Coração de Maria a decisão inquestionável de um matrimônio virginal, e o amor nupcial único por São José, condições e fontes de sua própria existência".

"No coração nupcial da Imaculada, a Igreja ama, também, com um amor fiel e indissolúvel a São José, causa exemplar e meritória do seu próprio amor imenso por Jesus", acrescentou.

Nesse sentido, o jesuíta afirmou que a união virginal de Maria e José é uma "fonte de castidade conjugal para os esposos cristãos", pois se trata de um amor casto cuja contemplação permite aos matrimônios católicos seguir com mais facilidade "a sugestão do Apóstolo Pablo: ‘privar-se um do outro de comum acordo, por um tempo, para dedicar-se à oração’".

"A contemplação do matrimônio virginal de Maria e de José ajudou a Igreja a compreender que o matrimônio já é verdadeiro antes de ser consumado carnalmente", acrescentou.

Do mesmo modo, o religioso destacou os ensinamentos do Beato João Paulo II, que na sua exortação sobre a figura e a missão de São José na vida de Cristo e da Igreja, explicou que o matrimônio de José com Maria se realizou por vontade de Deus e, portanto devia ser conservado.

Através das palavras do anjo, assinalou o Beato, "José volta a ouvir a verdade sobre sua própria vocação. Justo, ligado à Virgem com um amor esponsal, José é chamado novamente por Deus a este amor. Se aquele que é gerado em Maria (Cristo) vem do Espírito Santo, não é necessário concluir que seu amor de homem é, também, regenerado pelo Espírito Santo?".

"A profundidade desta intimidade, a intensidade espiritual da união e do contato interpessoal do homem e da mulher provêm, em definitiva, do Espírito que vivifica. José, obedecendo ao Espírito Santo, encontrou nele a fonte de seu amor esponsal de homem", ensinou João Paulo II.

Em definitiva, afirmou Bertrand de Margerie, tal como ensina João Paulo II, "o Coração de Maria Esposa favorece o aparecimento de um autêntico amor conjugal".