O Bispo católico caldeu de Aleppo (Síria), Dom Antoine Audo, agradeceu ao Papa Bento XVI pelo chamado que fez à comunidade internacional para obter a paz neste país asiático, golpeado por uma guerra interna que já deixou milhares de mortos.

Em declarações recolhidas pela agência Fides, o Prelado afirmou que o “apelo do Papa é muito interessante e comovedor", pois "como cristãos, sírios, estamos profundamente tocados. Suas palavras expressam um forte desejo de paz".

"O Papa usou o verbo 'perseverar': para nós, significa não ter medo das dificuldades e buscar com determinação os caminhos para a paz. É um forte encorajamento", afirmou.

Nesse sentido, o Prelado se uniu ao pedido do Pontífice pelo "fim das violências” e “pela paz”. “Confiamos na ajuda da Santa Sé para que em campo internacional se possa promover a paz na Síria", disse o prelado à agência vaticana Fides.

Dom Audo recordou que "nossa presença como Igreja de língua árabe e cultura oriental, capaz de conviver com o Islã, muito importante para o Oriente Médio e para a Igreja universal".

A situação em diversas cidades sírias é dramática. No caso de Homs, ao oeste do país, famílias cristãs e muçulmanas passam os dias aterrorizadas, e enfrentando a escassez de mantimentos e medicamentos.

Como referem as fontes de Fides em Homs, existem duas áreas distintas a serem consideradas na parte antiga da cidade: as que se encontram nos bairros Hamidiyeh e Bustan Diwan, onde estão bloqueados 800 civis, 400 cristãos e 400 muçulmanos sunitas; e as áreas de Al Khalidiya e Al Qoussour, não muito longe, onde existem cerca de 1.000 famílias muçulmanas.

Fontes da agência em Homs observam que a Cruz Vermelha e a Meia Lua Crescente mencionaram até o momento apenas civis isolados em Khalidiya e Al Qoussour, mas a situação é também muito grave para as mulheres, idosos, doentes e crianças de Hamidiyeh e Bustan Diwan.