O Papa afirmou que é na família onde "experimenta-se pela primeira vez como a pessoa não foi criada para viver fechada em si mesma, mas em relação com os outros" e, além disso, ela é o âmbito no qual se compreende como a realização consiste na doação e não no egoísmo, e onde "começa-se a acender no coração a luz da paz para que ilumine o mundo".

Assim o assinalou o pontífice neste 1 de junho, no Teatro 'Alla Scala' de Milão, ao finalizar o concerto para as delegações oficiais do VII Encontro Mundial das Famílias no qual a orquestra e o coro do mesmo teatro interpretou a 9ª Sinfonia de Ludwig van Beethoven com a direção do maestro Daniel Barenboim.

Do mesmo modo, Bento XVI indicou que Deus "não domina a vida dos homens à distância", mas "penetra em sua vida e em seu sofrimento". Neste sentido, o Pontífice referiu-se ao concerto afirmando "que devia ser uma feliz festa por ocasião do encontro de pessoas provenientes de quase todos os países do mundo” apesar da sombra “do terremoto que levou a um grande sofrimento tantos habitantes” da Itália.

Além disso, o Papa ressaltou que a nona sinfonia de Beethoven permite "lançar uma mensagem com a música que afirma o valor fundamental da solidariedade, fraternidade e da paz" e esta mensagem é valiosa também para a família.

Igualmente, o Pontífice sublinhou que Beethoven desenha com sua música "uma visão ideal de humanidade" que não é uma alegria propriamente cristã, mas de "convivência fraterna dos povos, da vitória sobre o egoísmo e o desejo de que o caminho da humanidade esteja marcado pelo amor".

Por outra parte, o Papa evocou a reconstrução do Teatro 'Alla Scala' em 1946 depois da guerra mundial como "sinal de esperança para o reatamento da vida da cidade inteira depois da destruição da guerra" e assinalou que este lugar é o "templo da Ópera, ponto de referência mundial e cultural não só para Milão e Itália, a não ser para todo mundo".