A porta-voz da plataforma pró-vida Direito a Viver (DAV), Gádor Joya, assinalou que eliminar o financiamento público do aborto levaria a Espanha a economizar mais de 57 milhões de euros, ou seja, mais de 72 milhões de dólares.

Conforme assinala a agência Europa Press, Joya explicou que a economia seria de "57,5 milhões de euros" e propôs que o Governo utilize esse dinheiro para um programa de ajuda integral à maternidade, com especial atenção aos casos de "gravidezes inesperadas".

Além disso, a líder pró-vida criticou que assim como o Sistema Nacional de Saúde não cobre totalmente uma prótese de quadril "muito menos pode subvencionar o aborto".

"Às vezes temos a sensação de que o Governo não quer enfrentar a dura realidade. O aborto supõe a morte cruel e violenta de um ser humano. Este não cura nem previne doença alguma, e por isso não pode ser reconhecido como uma prestação de serviço de saúde", acrescentou.

A porta-voz do DAV disse que o Governo "tem que mover as fichas já" porque diariamente morrem 300 crianças vítimas do aborto, 40.500 desde a toma de posse do novo presidente do governo espanhol Mariano Rajoy.

Nesta mesma linha, o Foro da Família e o DAV solicitaram a modificação da lei do aborto com caráter de "urgência" para deixar de financiar com recursos públicos os abortos praticados na Espanha, apesar do anúncio da ministra de Saúde, Serviços Sociais e Igualdade, Ana Mato, reafirmando que o Sistema Nacional de Saúde seguirá dando cobertura à prática anti-vida.

O Foro da Família solicitou ao Governo que derrogue "o antes possível" os artigos 18 e 19 da lei que obrigam aos serviços públicos de saúde a garantir o direito à prestação do aborto.

O presidente do Foro da Família, Benigno Blanco, propõe "incorporar esta previsão via emenda à Lei de Orçamentos ou incluí-la em algum dos decretos de leis que estão sendo aprovados em matéria de gastos públicos".

"Não é preciso esperar a tramitação da nova regulação em matéria de direito à maternidade anunciada pelo Ministro da Justiça, pois uma reforma pontual que afeta o gasto público e que encaixaria perfeitamente com o resto de medidas que estão sendo adotadas pelo Governo em matéria orçamentária em relação à saúde", indicou.

Para Benigno Blanco, a concessão englobada nos mencionados artigos da lei "repugna profundamente a consciência de muitos cidadãos espanhóis que se vêem obrigados a financiar com seus impostos uma prática totalmente inaceitável para eles".

Além disso, assegurou que "resulta especialmente incongruente que a mesma lei tenha desvinculado o aborto de toda situação de enfermidade ou problema de saúde convertendo-o em um direito exercitável a pedido da mulher sem causa médica alguma".