Bernard Fellay, Superior Geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX), expressou seu otimismo sobre um eventual ingresso à plena comunhão com a Igreja Católica, mas lamentou que isto poderia levar a uma divisão interna entre os próprios lefebvristas.

Em declarações a Francis X. Rocca, do Catholic News Service (CNS), Fellay indicou que há uma postura em geral favorável por parte da FSSPX à aproximação à proposta do Vaticano, que poderia passar pela criação de uma Prelatura Pessoal, situação semelhante à do Opus Dei, embora ele mesmo tenha reconhecido que ainda não se chegou a um acordo definitivo.

O bispo lefebvrista indicou que ainda falta "um razoável entendimento de que a estrutura e as condições propostas sejam trabalháveis"

De acordo às declarações de Fellay ao CNS, a Fraternidade S. Pio X espera que lhes seja garantido os pontos relativos às suas práticas e ensinamentos litúrgicos tradicionais, entre outras áreas.

O superior da FSSPX também sublinhou que o ímpeto de uma pronta resolução desta divisão, existente por mais de duas décadas, vem do Papa Bento XVI.

Fellay indicou que "pessoalmente, eu gostaria de ter esperado mais tempo para ver as coisas mais claras, mas uma e outra vez parece que o Santo Padre realmente quer que aconteça agora".

"Penso que o passo do Santo Padre, porque realmente vem dele, é genuíno. Não parece haver nenhuma armadilha. Assim temos que olhar muito de perto e, se possível, avançar".

Fellay também manifestou, em sua entrevista com Francis X. Rocca do CNS, certa abertura a aceitar o Concílio Vaticano II como em continuidade com a tradição da Igreja.

"O Papa diz que o concílio deve ser posto dentro da grande tradição da Igreja, deve ser entendido de acordo com ela. Estas declarações com as quais estamos plenamente de acordo, totalmente, absolutamente. O problema poderia ser na aplicação".

Para o líder lefebvrista, a FSSPX foi um sinal de contradição ante a crescente influencia progressista na Igreja pelo qual elogiou o que ele entende como esforços do Papa Bento XVI para corrigir estes desvios do ensinamento católico e a tradição do Concílio Vaticano II.

Fellay indicou que o Santo Padre o faz "muito delicadamente, tratando de não quebrar coisas, mas busca também de fazer algumas importantes correções".