A fim de relembrar a vida e de continuar as obras de caridade de Irmã Dulce, a diretoria do OSID- Obras Sociais Irmã Dulce-  promove em Salvador, na Bahia, uma semana para celebrar a memória de sua fundadora. Criada em 1993, um ano após o falecimento da freira, em 13 de março de 1992, a Semana da Caridade passa este ano a se chamar Semana de Irmã Dulce e será realizada entre os dias sete e 13 de março.

Treze anos após sua morte, a memória e  o apostolado de Irmã Dulce permanecem vivos. A dimensão de sua força espiritual dá a medida de seu legado, as Obras Sociais que  realizaram ano passado 2,089 milhões de atendimentos, e o patrimônio de Fé exposto no Santuário da Imaculada Conceição da Mãe de Deus e no Memorial Irmã Dulce (MID), lugar onde viveu a religiosa e que hoje é motivo de campanha que busca  estimular o turismo religioso e incentivar a população a visitar o acervo do museu. Com o apoio da Infraero, os cartazes da campanha também serão expostos no aeroporto internacional de Salvador. 

A semana tem início no dia sete com a acolhida dos  médicos residentes e em seguida os eventos internos e externos como o Dia do Amigo de Irmã Dulce, quando parceiros e doadores irão receber uma homenagem especial, a Feira de Irmã Dulce e a assinatura pelo governo do estado do termo de cessão do 4º Centro de Saúde à OSID, que vai implantar no local novos serviços de Oftalmologia, Otorrino e um Núcleo de Reabilitação Auditiva, além da Unidade de Coleta e Transfusão de Sangue, que vai ganhar um espaço maior.

A missa do dia 13 de março será o principal evento da Semana Irmã Dulce, será celebrada às 9h do domingo pelo arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, cardeal Dom Geraldo Magella Agnelo na Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus. A celebração terá a presença de peregrinos de vários estados brasileiros e contará ainda com a presença de uma caravana de fiéis Italianos, 12 moradores da cidade de Treviglio, Norte da Itália.

Neste ano, a missa vai marcar também uma nova fase do trabalho de construção do Santuário da Imaculada Conceição e o impulso à campanha de assinaturas pela beatificação do “Anjo Bom”.  A semana de atividades se encerra no domingo, dia 13, com a Santa Missa.

 Irmã Dulce

“Quando nenhum hospital quiser aceitar mais algum paciente, nós o aceitaremos. Esta é a última porta e eu não posso fechá-la.”

Segunda de 5 irmãos, Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes,  Irmã Dulce, nasceu em 26 de maio de 1914. Aos 13 anos, em 1927,  manifestou  pela primeira vez o desejo de fazer-se religiosa e  fazia atendimento a pessoas carentes, na sua própria casa.  Seis anos mais tarde, ingressa à Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, do Convento de São Cristóvão, em Sergipe.  

Em 1939, Irmã Dulce começa a abrigar seus doentes em casas arrombadas, no Mercado do Peixe, nos Arcos do Bonfim, até encontrar solução no Convento das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus (estabelecido desde 1946 no Largo de Roma, próximo ao Círculo Operário). Com a licença da Madre Superiora, transformou o galinheiro em albergue onde instalou os seus 70 doentes.

A Associação Obras Sociais Irmã Dulce foi fundada em 26 de maio de 1959, e instalada em agosto de 1959 - data em que Irmã Dulce recebeu o Estatuto de Fundação, de caráter filantrópico, e elaborado pelo seu pai, Dr. Augusto Lopes Pontes.  

Construiu farmácias, postos de saúde e uma cooperativa de consumo. Fundou o Círculo Operário da Bahia, que além de escola de ofícios, proporcionava atividades culturais e recreativas. Quase não comia e não dormia. Os sacrifícios resultavam felicidade. Queria morrer junto aos pobres. Faleceu em 13 de março de 1992, ao lado de quem ela desejava.

Após sua morte, foram criados o Memorial Irmã Dulce (MID), o laboratório Taciano Campos (LTC), o Centro de Bio-Imagem (CBI) e o Centro de Acolhimento e Tratamento de Alcoolistas (CATA) este, vinculado à Unidade Médico-Social.