A líder do grupo Damas de Branco "Laura Pollán", Berta Soler, denunciou que o Governo comunista está reprimindo e detendo membros deste grupo dissidente porque não quer que estejam presentes nas Missas que Bento XVI presidirá em Cuba.

As Damas de Branco, que reúne familiares e amigas de detentos políticos, conhecidas por sua luta pacífica pelos direitos humanos e por comparecer às Missas para pedir pela pronta libertação dos prisioneiros de consciência.

Em diálogo com o grupo ACI, Soler denunciou que as mulheres são perseguidas e agredidas por membros de Segurança do Estado nos subúrbios das Igrejas, onde ficam detidas durante horas até que tenha terminado a celebração Eucarística e lhes dizem que "nas Missas do Papa não poderemos estar presentes".

Soler indicou que isto ocorre em toda a ilha onde as Damas de Branco estão presentes. "As turbas organizadas, financiadas do Governo cubano, vêm sobre nós para agredir-nos física e mentalmente", indicou.

"Realmente isso é o que faz o Governo cubano, por isso necessitamos que o Papa nos escute", assinalou Soler, que reiterou seu pedido para que Bento XVI as receba "mesmo que seja um só por um minuto" e lhe contemos "o drama que vive o povo de Cuba pela falta de liberdade e de direitos".

"Queremos entregar ao Papa a lista dos presos políticos", afirmou a líder das Damas de Branco.

Ela disse à nossa agência que em Cuba "há 44 presos políticos e outros quinze homens que estão em liberdade condicional do grupo dos 75, que contamos porque cumprem sua pena nas ruas e porque em qualquer momento sua liberdade pode ser revogada e serem enviados novamente à prisão".

No diálogo, Soler agradeceu pela ação que tomam sacerdotes como o Pe. Jorge Palma do Santuário da Virgem da Caridade do Cobre e o Arcebispo de Santiago de Cuba, Dom Dionisio García, que foram para protegê-las quando se viram perseguidas pelos agentes do Governo.

Segundo a informação divulgada pela imprensa internacional, a Comissão Cubana de Direitos humanos e Reconciliação Nacional -declarada "ilegal" pelo Governo- denunciou que em fevereiro foram registradas mais de 600 detenções de curta duração em toda a ilha por motivos políticos. O relatório assinala que foi produzido um "aumento relativo" da repressão política em várias províncias, "especialmente contra o grupo das Damas de Branco", que são "objeto de numerosos atos de violência e vexames, incluindo alguns casos em que são obrigadas a tirar as roupas ou são manuseadas por agentes policiais".

Em seu anterior boletim, a Comissão informou que em janeiro houve em Cuba ao menos 631 detenções temporárias por motivos políticos.

Mais informação em http://www.damasdeblanco.com/