O último informe anual da Comissão para a Liberdade Religiosa dos Estados Unidos indicou que países como China, Sudão, Vietnã, Arábia Saudita e Birmânia têm governos culpados de violação sistemática e grave da liberdade religiosa e nos quais os cristãos são torturados, encarcerados, desterrados, agradidos e inclusive assassinados por sua fé.

O informe, que mede a situação da liberdade de crenças no mundo, foi publicado depois que em fevereiro os responsáveis pela Comissão recomendaram ao Departamento de Estado dos Estados Unidos que colocasse 11 países na categoria de "países de especial preocupação".

As recomendações incluiam seis países não incluídos anteriormente: Eritréia, Índia, Paquistão, Arábia Saudita, Turkmenistán e Vietnã. Os outros cinco, Sudão, China, Birmânia, Coréia do Norte e Irã já haviam sido indicados anteriormente.

A comissão também indicou que a Indonésia, Egito, Uzbesquistão e Nigéria continuariam na lista de países em observação onde é preocupante o estado da liberdade religiosa pelas violações cometidas ou toleradas por seus governos. Bielorrússia, Cuba e Geórgia também se juntado a esta lista.

Graves violações da liberdade religiosa

O informe foi publicado quando ainda continua na Índia a violência contra os muçulmanos e cristãos, e o Governo ainda não enfrentou de maneira adequada o assassinato de aproximadamente dois mil muçulmanos no estado de Gujarat no ano de  2002.

Do mesmo modo, o governo de Eritréia, "está implicado em violações especialmente graves da liberdade de religião e crença", afirma o informe da comissão norte-americana. Segunda se informa, os problemas vão desde o fechamentode todas as igrejas que não pertenciam às denominações religiosas reconhecidas oficialmente até prisões de participantes em reuniões de oração.

A Comissão afirma que Turcumenistão "está entre os estados mais  repressivos do mundo hoje em dia e está implicado em violações particularmente graves da liberdade de pensamento, consciência, religião, ou crença". A situação se deteriorou ainda mais com uma nova legislação que proibe praticamente a maioria das atividades religiosas e pede a pena capital para quem for culpado de participar de  "cultos religiosos ilegais".

Segundo os encarregados da Comissão, no Vietnã, as já deficientes condições de liberdade religiosa têm piorado no último ano e meio. Os dissidentes religiosos têm sido vítimas de acosso e detenções, e o Governo continuou com suas medidas enérgicas contra as minorias das províncias e zonas altas do noroeste, incluindo surras e a renúncia forçada da fé.

O informe detalha que na Arábia Saudita as violações incluem a tortura e o trato cruel e degradante ou castigo imposto pelas autoridades judiciais e administrativas; a detenção prolongada sem nenhuma acusação e, freqüentemente, a  falta de comunicação.

Por outro lado, a Comissão acusa as autoridades do governo da China de intensificar sua campanha violenta contra os  religiosos, incluindo evangélicos, muçulmanos, católicos e budistas tibetanos. Os maus tratos incluem prisão e tortura.

No  mesmo país asiático –segundo o informe-, o clero católico é acossado, detido e preso. Em julho de 2003, cinco sacerdotes foram sentenciados a três anos em um campo de trabalho por praticar "o culto", e no mês de outubro passado informaram que funcionários da província de Hebei prenderam doze  sacerdotes e seminaristas que assistiam a um retiro, e pelos menos dez Bispos foram presos.