A delegação em Valência da fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), dependente da Santa Sé, enviou ajudas para a formação de seminaristas e a sustentação do clero nativo na Nigéria.

Nesse país a entidade impulsiona projetos pastorais e de desenvolvimento há vários anos, "depois do aumento dos ataques contra igrejas católicas por grupos armados de islamistas radicais", conforme informou o Arcebispado de Valência em um comunicado.

O responsável pela AIS na zona de Levante (Espanha), Dominik Kustra, explicou que o princípio é "ajudar os que ajudam" e, por isso, "colaborar com seminaristas e sacerdotes em países que sofrem perseguição é um de nossos objetivos" porque neles "sem a Igreja não há formação nem cuidados sanitários, nem condições dignas para viver".

As contribuições econômicas são destinadas, majoritariamente, à aquisição de mantimentos básicos "cujos preços se estão duplicando". Da mesma forma, "outro problema é a eletricidade", assegurou.

Assim, alguns centros, como o seminário maior católico de Makurdi (Nigéria central), "dependem de um gerador que funciona com diesel e o preço deste combustível encareceu um terço do preço no transcurso de uma semana".

Segundo Dominik Kustra, a "discriminação religiosa e a perseguição dos cristãos neste país africano não é nada novo" já que há vários anos observam que aumentam os atos de violência por motivos religiosos na Nigéria.

"A situação é muito complicada e tensa, embora a Nigéria não se encontre diante de uma guerra civil entre muçulmanos e cristãos, segundo palavras do arcebispo da capital, Abuja, Dom John Olurunfemi Onaiyekan", explicou o responsável pelo AIS.

Ajuda à Igreja que Sofre, que atende "esta parte da Igreja que sofre perseguição, intolerância e discriminação", destinou no ano passado, em nível internacional, mais de 550.000 euros para ajudar as necessidades da Igreja nigeriana.

Em Valência, a delegação da AIS, que também destina ajudas à Índia, conta na atualidade com 600 "colaboradores fixos" que contribuem com o passar do ano com donativos e ajudas econômicas.

Entre os projetos que a fundação impulsiona figura a construção e reconstrução de templos, centros paroquiais, conventos e seminários, e a formação do clero e dos leigos.

Assim, a fundação edita e traduz materiais catequéticos e a Bíblia em línguas nativas tribais. Além disso, dado que "a falta de formação é responsável pela péssima situação sanitária, a Igreja também oferece seu apoio neste âmbito", acrescentou.

Ajuda à Igreja que Sofre é uma fundação pontifícia, impulsionada pelo religioso holandês Werenfried van Straaten em 1947, para "ajudar pastoralmente a igreja necessitada ou que sofre perseguição em qualquer parte do mundo". Na atualidade, conta com escritórios em 17 países e desenvolve projetos em 140. Desde 2009 dispõe de uma delegação em Valência, Espanha.