Devido às ameaças de violência do grupo radical islâmico Boko Haram, que constantemente ataca as igrejas e casas cristãs no norte a Nigéria, as tribos indígenas do estado do Yobe se estariam preparando para abandonar seus territórios.

Fontes da agência vaticana Fides informaram que "a população do norte (da Nigéria) encontra-se em estado de pânico e insegurança depois da expiração do ultimato feito pelo grupo (Boko Haram), que ordena aos cristãos abandonar o país".

Os ataques do Boko Haram no norte do país continuam mesmo depois de que o presidente, Goodluck Jonathan, declarou o "estado de emergência" para prevenir a violência em quatro estados e fechou temporalmente as fronteiras com Camarões, Chade e Níger.

No dia de Natal na Nigéria Boko Haram explodiu uma bomba matando 35 católicos que estavam em Missa. O fato foi rechaçado pelo Papa e o Vaticano. Há pouco, os extremistas muçulmanos assassinaram 6 cristãos evangélicos ao cumprir o prazo do ultimato.

"Boko Haram está mudando as táticas para evitar o estado de emergência. Estão monitorando as zonas onde os cristãos se reúnem, assinalando as casas e capelas cristãs para logo atacá-las durante a noite", informaram as fontes.

A ONG Christian Solidarity Worldwide, localizada em Damaturu, capital de Yobe, informou a Fides que um grupo de homens armados atacaram o complexo cristão Gashu'a Road, onde morreram duas pessoas e outros ficaram feridos.

Do mesmo modo, a tropa continua organizando atentados com bombas nos estados de Borno, Jigawa e Gombe.

Os cristãos locais indicam que "o perigo é que haja represálias, o que poderia desencadear mais violência e derramamento de sangue".

Por sua parte, o secretário geral da Obra Pontifícia para a Propagação da Fé, Pe. Timothy Lehane Barrett, que esteve recentemente na Nigéria, assinalou à Fides que "Boko Haram não representa os muçulmanos na Nigéria".

"Vi muitas manifestações de diálogo e solidariedade interreligiosa porque os muçulmanos vêem as boas obras realizadas pelos cristãos", expressou.

Finalmente, dirigindo-se aos cristãos nigerianos disse: "Queremos dizer-lhes que não estão sozinhos, muitas comunidades em todo mundo oram por vocês. Sei que oferecem seus sofrimentos a Deus e oram pelos cristãos perseguidos em todo o mundo e inclusive por aqueles que os atacam".