O Secretário Geral da Conferência de Bispos Católicos de Cuba (COCC), Dom Juan de Dios Hernández, assinalou que "o Papa nos visita como peregrino da caridade" em sua próxima viagem programada para março por ocasião do 4º centenário do achado da imagem da Virgem do Cobre, Padroeira da Ilha.

Em comunicação telefônica com o grupo ACI este 5 de janeiro, o Prelado explicou alguns detalhes da próxima visita do Santo Padre Bento XVI a Cuba, que será realizada entre os dias 26 e 28 de março.

Dom Hernández disse que a visita do Papa "realizada no contexto dos 400 anos do achado da imagem da Virgem do Cobre, confirma a caridade como virtude que deve unir a todo o povo de Cuba, não só os cristãos".

Do mesmo modo, disse que para a visita do Papa se está preparando "uma missão que tem uma finalidade catequética", que ajudará a divulgar a figura do Papa a todo o povo cubano, "já que não todos conhecem seu trabalho pastoral como representante da Igreja".

O também Bispo Auxiliar de Havana assinalou que "cabe a possibilidade de que cada diocese organize atos culturais ou representativos de sua tradição, como danças ou alguma exposição", como mostra de sua arte e júbilo pela visita do Santo Padre

Finalmente, o Prelado disse ao grupo ACI que "por celebrar o ano jubilar Mariano em Cuba", todos os meses haverá "momentos grandes de encontros com Deus através da Virgem" e neste contexto a visita do Papa "é uma bênção para o país".

O Papa chegará a Santiago de Cuba proveniente do México. Nessa cidade celebrará uma Missa ao ar livre na Praça da Revolução Antonio Macedo. Logo se dirigirá ao povoado de Cobre, onde se hospedará em uma residência sacerdotal.

No dia 27 visitará o Santuário da Virgem da Caridade do Cobre e logo irá a Havana. Na tarde se reunirá com o presidente Raúl Castro e depois com os bispos cubanos. No dia 28 finalizará sua visita com uma multitudinária Missa na Praça da Revolução.

O Santo Padre chegará a Cuba logo que as relações entre o governo e a Igreja na Ilha se aproximassem com o diálogo entre o presidente Raúl Castro e o Arcebispo de Havana, Cardeal Jaime Ortega, com mediação do governo espanhol, o que permitiu a liberação de mais de 100 presos de consciência entre 2010 e 2011.

Embora o processo das liberações sofrera algumas críticas por parte de um setor da dissidência cubana, vários analistas consideram que as libertações e a autorização para que a Virgem do Cobre peregrine pelo país, são sinais positivos.

Nesta aproximação também ressalta a visita à ilha, em junho de 2010, do Secretário do Vaticano para as Relações com os Estados, Arcebispo Dominique Mamberti, por ocasião dos 75 anos das relações entre o Vaticano e Cuba.