O Secretário de estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, assinalou que a tarefa da Nova Evangelização é urgente especialmente em lugares como a Europa aonde existe um laicismo intolerante, impera o relativismo e a religião enfrenta um ambiente hostil.

Assim indicou o Cardeal em seu discurso hoje no seminário titulado "Europa e a Nova Evangelização" realizado em Roma no marco do 40º aniversário do Conselho de Conferências Episcopais da Europa (CCEE).

Em sua intervenção do evento organizado pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, o Cardeal disse que nestes 40 anos uma das prioridades das Conferências Episcopais Européias foi "a nova evangelização, e com razão, com ocasião deste aniversário se chamou de novo a renová-la".

Conforme assinala a nota da Rádio Vaticano, o Cardeal Bertone recordou que atualmente "temos que falar de Deus em um contexto freqüentemente indiferente e em ocasiões hostil" como o recordou o Papa Bento XVI no dia 15 de outubro sublinhando os aspectos positivos da fé na Palavra de Deus que "apesar da condição do homem moderno, segue crescendo e difundindo-se".

O Cardeal Bertone citou logo as três razões aludidas pelo Papa: "o poder da Palavra não depende principalmente de nossa ação, mas sim de Deus"; segundo, que também hoje não nos falta a "boa terra", que permite à semente da Palavra dar seus frutos.

A terceira razão se relaciona com "o anúncio do Evangelho chegou até os extremos do mundo e inclusive em meio da indiferença, da incompreensão, da perseguição, muitos continuam hoje, com coragem, abrindo seus corações para receber a Cristo".

O Secretário de estado afirmou também que "na Europa atual é cada vez mais difícil distinguir entre a verdade e o engano e as mentiras. Um certo pluralismo não quer que se distinga entre o bem e o mal".

"Junto a uma sã laicidade existe um laicismo intolerante. O princípio da não discriminação freqüentemente é mal utilizado como uma arma no conflito dos direitos para construir uma ditadura do relativismo que tende a excluir a Deus".

O Cardeal disse logo que "o coração da evangelização, em todos os tempos, é o ‘primeiro amor’. E que é a mesma força que move também o coração e os passos dos muitos novos evangelistas: as pessoas, as famílias, comunidades e os movimentos eclesiásticos".

Destacou ademais que "este é o tesouro do Evangelho antigo e sempre novo. O amor de Deus chama uma comunhão de vida que nasce no seio da comunidade e que se realiza em seu serviço".

"A nova evangelização -concluiu- é uma tentativa contínua de proclamar e viver esta vida de fé; é uma inteligência da fé que vincula as coisas velhas e as novas desse tesouro que é o Evangelho de Cristo".