Diante dos recentes debates abertos pela criação de uma Comissão do Aborto,  formada por representantes dos poderes Executivo e Legislativo e da sociedade civil para discutir a legislação dessa prática, e sua tentativa de excluir a Igreja de suas discussões, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Geraldo Majella Agnelo, disse na sexta-feira, dia 25,  que a instituição pretende ocupar uma vaga, pois  "em uma comissão assim, tão ampla, é oportuna a participação da CNBB", afirmou o Cardeal.

Segundo Dom Agnelo, a posição contrária ao aborto prevalece na Igreja Católica. "Não vemos como possível permitir o aborto, mas, no caso em que uma mulher tenha tentado, ela deve ser amparada, porque muitas procuram o aborto e encontram a morte", ressaltou.

A comissão começará as reuniões no fim de março. O objetivo do grupo é unificar os diferentes projetos que tramitam sobre o tema, em sua maioria buscando sua legalização, mas a dificuldade da formação de tal Comissão é a falta de abertura a instituições contrárias ao aborto, como a Igreja Católica.  O  texto final que será redigido,  será transformado em um projeto de Lei e encaminhado ao Congresso Nacional.

De acordo com o Código Penal Brasileiro, o aborto pode ser punido com detenção de um a três anos. "Acreditamos que esta pena não é eficaz. Ela amedontra, mas não impede", concluiu o presidente da CNBB.