Uma agência publicitária deteve a realização de um comercial da companhia aérea uruguaia Pluna que ofendia o Cristo Redentor no Brasil depois da intervenção da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

O spot apresentava o conhecido jogador de futebol uruguaio Sebastián “El Loco” Abreu, que joga no Botafogo do Rio de Janeiro, no qual o craque batia pênaltis contra o Cristo Redentor.

O jogador católico, que não sabia dos planos da agência publicitária, cujo nome não foi divulgado, expressou sua consternação ao saber das repercussões que o spot causou na Arquidiocese carioca.

Ao conhecer os fatos, a Arquidiocese do Rio do Janeiro que é a proprietária dos direitos autorais do Cristo Redentor, entrou em contato com a linha aérea Pluna para exigir o cancelamento do anúncio televisivo, pedido que foi aceito após uma série de conversações.

Em diálogo telefônico com ACI Digital no dia 13 de outubro, o Pe. Marcos William do Vicariato para a Comunicação da Arquidiocese do Rio, explicou que o spot não será exibido.

“Nós já conversamos com a presidência da Pluna e com a agência publicitária. Eles já se retrataram ante a diocese. (...) Então nada será publicado, nada será feito sem que a arquidiocese veja antes”, asseverou.  

O sacerdote disse também que “O presidente da Pluna me ligou pessoalmente e conversamos. (...) Ele se sentiu bastante incomodado com a proposta deste comercial e disse que não houve nenhuma intenção de atacar ou denegrir a imagem sagrada e “não há nada mais” sobre o assunto”.

O Pe. William explicou também a ACI Digital que na Arquidiocese “cuidamos que a imagem (do Cristo) seja bem utilizada. O Cristo Redentor é uma imagem que leva consigo a identidade do Brasil e de modo especial a do Rio de Janeiro”.

Depois de precisar que a arquidiocese “não teme os meios de comunicação”, o sacerdote disse que nestes casos tudo deve passar por uma revisão que garanta a integridade da emblemática imagem.

Logo de descartar qualquer tipo de processo legal contra a linha aérea ou contra o jogador Abreu, o Pe. William explicou que o atacante uruguaio “ligou pessoalmente para mim e conversamos muito. O atleta não teve nenhuma intenção de denegrir (a imagem do Cristo), ao contrário. O atleta foi mal dirigido. Ele aceitou uma proposta que não resultou muito boa. Mas o atleta é extremamente católico e de missa dominical com a família toda. Ele estava muito chateado com toda esta situação”.

“Não há nenhum tipo de processo contra o jogador ou a empresa, não há motivo para contenda”, concluiu o sacerdote da arquidiocese carioca.

Segundo a Folha de São Paulo, a Pluna disse que a campanha incluia imagens "insólitas", que buscam mostrar a surpresa de flagrar o atleta em situações inusitadas.