O Observador Permanente da Santa Sé perante a ONU, Dom Silvano Tomasi, pediu não que não sejam criminalizadas as pessoas que chegam a outros países em qualidade de refugiados mas respeitar sua dignidade humana e direitos fundamentais, amparados pelo preâmbulo da Convenção de 1951 sobre os Refugiados dos estados.

Conforme informou a agência vaticana Fides, o Prelado fez este chamado no dia 4 de outubro durante a 62ª sessão do Comitê Executivo do Alto Comissionado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Dom Tomasi lamentou que a opinião pública e o oportunismo político tenham irradiado uma visão negativa sobre o asilo e provocado a detenção de refugiados, quando esta medida deve ser o "último recurso em casos excepcionais".

"Estas pessoas que solicitam proteção ou outra forma de sobreviver são literalmente encarcerados e vigiados como se fossem criminosos, e até as crianças são tratadas da mesma forma", assinalou.

Dom Tomasi disse que diante dos esforços das organizações e os estados para garantir a segurança e a dignidade dos refugiados, existe uma brecha evidenciada pelos recentes acontecimentos políticos ocorridos no norte da África, a seca e o conflito no Chifre da África. Estas situações, indicou, provocaram grandes fluxos de refugiados.

O Prelado se referiu ao caso dos menores de idade que chegaram sem seus pais aos países da Europa. "Os menores não acompanhados são milhares. No ano 2008 foram reconhecidos um total de 11.292 solicitudes de asilo apresentadas por menores não acompanhados em 22 estados da União Européia. Alguns morreram ocultos em contêineres ou caminhões", denunciou.

Dom Tomasi pediu o compromisso das autoridades e seu apoio às organizações de ajuda internacional, porque "os refugiado não são números anônimos, mas pessoas, homens, mulheres e crianças, com suas histórias individuais, com talentos que oferecer e aspirações a ser obtidas".