O Vaticano expressou sua neutralidade ante o eventual ingresso, com filiação plena, da Palestina à Organização das Nações Unidas (ONU), que foi uma proposta respaldada abertamente pelo Patriarca Latino de Jerusalém.

"Não temos nada que dizer a respeito, exceto que respeitamos a perspectiva das Nações Unidas", declarou ao grupo ACI o porta-voz vaticano, Pe. Federico Lombardi, este 19 de setembro.

As autoridades palestinas afirmam que solicitarão sua plena filiação, na próxima semana na sede da ONU em Nova Iorque. Querem fazer o pedido apoiando-se nas fronteiras de 1967, tendo a Jerusalém do Leste como capital.

A esta medida se opõem fortemente Israel e Estados Unidos. De fato é provável que os EUA vetem qualquer resolução Palestina no Conselho de Segurança da ONU, o primeiro passo deste processo.

A oferta a Palestina foi apoiada ontem pelo arcebispo Michel Sabbah, o Patriarca Emérito de Jerusalém, durante a Missa na cidade a Palestina de Nablus. Uma declaração de vários líderes cristãos, incluindo sacerdotes católicos, "apóia os esforços diplomáticos realizados para obter o reconhecimento internacional do estado da Palestina".

Em junho o Papa Bento XVI descreveu como "legítima" a aspiração da Palestina de ser um estado, durante um encontro no Vaticano com o Presidente da Autoridade Nacional da Palestina, Mahmoud Abbas. O Papa também advertiu que isto deve ser obtido com "o respeito justo e duradouro dos direitos de todos".

Um porta-voz do Núncio Apostólico em Israel disse ao grupo ACI que o Vaticano apóia a "solução de dois estados", na qual uma Palestina pacífica coexista com Israel. Entretanto não quis comentar o oferecimento pendente para que a Palestina seja membro da ONU.

Alguns afirmam que os líderes palestinos deveriam solicitar um "status de não membro" na ONU, que dizem é a "opção do Vaticano" já que daria à Palestina o mesmo nível de representação diplomática que tem a Santa Sé.

Esta opção não requereria a aprovação do Conselho de Segurança, o que faria que seja mais fácil de ser obtida. Entretanto o Presidente Abbas estaria descartando esta via diplomática.

Os Estados Unidos insistem em que qualquer processo para o reconhecimento da Palestina como estado deve ser obtido em cooperação com Israel.