O Papa Bento XVI enviou nesta segunda-feira ao Arcebispo de Munique (Alemanha), Cardeal Reinhard Marx, uma mensagem com ocasião do encontro "Religiões e culturas em diálogo" no qual afirmou que a construção da paz é "um mandato permanente confiante a nós e ao mesmo tempo um dom a ser invocado".

O evento foi inaugurado ontem e durará até a terça-feira 13 e é organizado pela Arquidiocese de Munique e a Comunidade de São Egidio. O Papa afirmou que encontros como este "representam ocasiões nas que as religiões podem interrogar-se a si mesmas e perguntar-se como converter-se em uma força para a convivência".

Bento XVI assinalou que o desejo de Deus é que todos os homens vivam como uma só família. "Devemos aprender a viver não uns junto a outros, e sim uns com outros", indicou.

Nesse sentido, o Papa afirmou que a religião procura o encontro do homem com Deus e ao cumprir esta tarefa "converte-se em uma força de paz".

O Papa disse que "também no cristianismo houve distorções práticas da imagem de Deus, que levaram a destruição da paz". Diante disto, exortou os cristãos a deixarem que o Pai os purifique para poder "converter-nos em homens de paz".

Bento XVI indicou que freqüentemente não se pode fazer outra coisa que construir a paz com pequenos passos, mas pensando também nos grandes desafios que deve enfrentar a pessoa e a humanidade inteira, como são as migrações, as crises econômicas, a globalização e o cuidado da criação.

"Terríveis atos de violência e terrorismo sufocaram repetidamente a esperança da convivência pacífica da família humana na alvorada do terceiro milênio, velhos conflitos se ocultam sob as cinzas ou exploram de novo, e a eles se acrescentam novos enfrentamentos e novos problemas", assinalou.

Entretanto, Bento XVI reiterou que desde o primeiro encontro pela paz realizado em Assis (Itália), há 25 anos, "houve e há muitas iniciativas pela reconciliação e a paz que enchem de esperança, lamentavelmente também muitas ocasiões perdidas, muitos passos atrás".