O Presidente da Conferência Episcopal Chilena (CECH), Dom Ricardo Ezzati, chamou a imitar a vocação de serviço das vítimas do acidente aéreo que no dia 2 de setembro deixou o país de luto, pois os passageiros falecidos viajaram ao arquipélago Juan Fernández com o fim de ajudar os danificados pelo terremoto do ano passado.

"Algum deles sem sabê-lo -e outros certamente sabendo-o-, seguiram o caminho de Jesus, que veio para entregar a vida e que disse que há mais alegria em dar que em receber", afirmou o Prelado durante a Missa que celebrou no domingo na paróquia La Asunción.
"Que o exemplo destes homens e mulheres -que desde o âmbito das comunicações, da solidariedade, da cultura, queriam colaborar para um Chile mais belo, mais justo e mais fraterno-, ajudem a todos nós a pensar que de verdade nós podemos construir o país belo e grande com a contribuição de todos", acrescentou.

O Presidente da CECH disse que nestes dias que o Chile celebra “o Mês da Pátria" o sacrifício das vítimas "deve nos recordar que o bem-estar do país, o desenvolvimento de todos, é fruto também da entrega de todos, do fazer de nossa vida um dom para que haja mais vida, para que haja mais paz, para que haja mais solidariedade".

Dom Ezzati transmitiu sua solidariedade e pesar aos familiares das vítimas e convidou todo o país "a levantar o olhar para o céu e a descobrir como a mão paterna de Deus se inclina para nosso país, para dar-nos uma carícia de seu amor, de seu amor paterno, de seu amor que consola".

Por sua parte, a Arquidiocese de Santiago convidou os chilenos a participarem da Missa que presidirá o arcebispo Dom Ezzati esta segunda-feira na Catedral Metropolitana de Santiago, em memória das 21 pessoas falecidas.

A aeronave da Força Aérea do Chile colidiu no dia 2 de setembro à tarde depois de duas tentativas de aterrissar sob fortes ventos na ilha Robinson Crusoé, do arquipélago Juan Fernández.

Entre os passageiros estavam Felipe Camiroaga, um dos animadores mais populares da televisão chilena, e Felipe Cubillos, promotor da organização "Desafio Levantemos o Chile", que apóia a reconstrução depois do terremoto e do tsunami que em fevereiro de 2010 golpeou o país.

Também faleceram outros trabalhadores de Televisão Nacional do Chile e da ONG, além de funcionários do Conselho da Cultura e pessoal militar.