O diretor da Cáritas no estado de Táchira (Venezuela) Pe. Orlando Neira, denunciou a presença da guerrilha narco-terrorista colombiana das FARC e do Exército de Liberação Nacional (ELN), que semeiam o pânico entre a população com seqüestros e extorsões aproveitando a inação do governo.

O sacerdote indicou que pode dar fé da presença guerrilheira na Venezuela já que muitas vezes falou com eles nessa zona do país, especialmente quando teve que negociar o pagamento de resgates para a liberação de habitantes venezuelanos.

"A guerrilha colombiana seqüestra e extorque neste território. Eles vivem disso e esse tipo de seqüestros, que duram mais de um ano", explicou à rádio colombiana Caracol.

O presbítero lamentou que o governo de Hugo Chávez não resguarde a segurança dos habitantes ante estes grupos armados ilegais: "é lamentável que nosso governo não assuma a responsabilidade. Eles dizem que não há guerrilha, que eles não vêm para cá, mas uma coisa é o que eles dizem e outra o que se vê no campo, na realidade", manifestou.

"A perseguição do Exército e da polícia no seu país (a Colômbia), faz que os guerrilheiros deixem sua pátria de origem e se desloquem, assim logicamente chegam ao país vizinho (Venezuela), pela guarida venezuelana e outras zonas", explicou.

"É doloroso –continuou– a nossa falta de presença militar venezuelana e que façam que (os venezuelanos) acreditemos que os meios de comunicação inventam isso e que nossa fronteira está blindada e que os guerrilheiros não vêm ao nosso país".

Além disso denunciou a existência do "pagamento de vacinas (quotas) que a pessoas laboriosas devem fazer e não só os de grandes recursos, porque ninguém se salva do pagamento da vacina".

Finalmente o padre Neira assegurou que os mais afetados com as extorsões são os produtores agrícolas e boiadeiros.