O Papa Bento XVI enviou uma delegação oficial da Santa Sé por ocasião da declaração da independência, este 9 de julho, da nova república do Sudão do Sul, país africano majoritariamente católico, para transmitir seu desejo de paz e prosperidade.

Em uma declaração divulgada hoje pelo diretor do Escritório de Imprensa da Santa Sé, o Pe. Federico Lombardi, indica-se que a delegação, que estará presente na cidade da Juba, está presidida pelo Cardeal John Njue, Arcebispo de Nairobi e Presidente da Conferência Episcopal do Quênia.

Integram-na também o Núncio Apostólico no Sudão, o Arcebispo Leo Boccardi, e o Núncio Apostólico e o secretário da nunciatura apostólica no Quênia, Dom Javier Herrera Corona, quem tem a missão de "transmitir às autoridades do novo Estado e a todos seus cidadãos, muitos dos quais são católicos, o desejo de paz e de prosperidade".

A nota recorda as palavras do Arcebispo Dominique Mamberti, Secretário para as Relações com os Estados, quem ao receber uma delegação do Sudão, ressaltou que "a paz, a reconciliação e o respeito dos direitos de todos, em particular à liberdade religiosa, representam os pilares fundamentais sobre os quais se deve construir a nova situação sócio-política da região e as condições para olhar para um futuro de esperança".
Depois de expressar que a Santa Sé estudará uma eventual solicitude para estabelecer relações diplomática com Sudão do Sul, o texto anima "a comunidade internacional a apoiar o Sudão e o novo Estado independente para que em um diálogo franco, pacífico e construtivo encontre-se as soluções justas e eqüitativas às questões pendentes, e deseja àquelas populações um caminho de paz, liberdade e desenvolvimento".

A decisão de criar a nova república de Sudão do Sul foi tomada depois de um referendum no qual 98 por cento dos votantes apoiou esta medida, com a qual se espera deixar atrás anos de confrontos e perseguição por parte dos muçulmanos do norte contra os católicos do sul.

A Rádio Vaticano assinala que em razão da independência, os bispos das 7 dioceses no Sul, reunidos em Juba no mês de maio comunicaram em uma carta a implementação de um programa de oração e ação exortando os fiéis a forjarem uma só nação de cada tribo, língua e povo, "na memória viva dos mártires, heróis e santos do Sudão, como Santa Josefina Bakhita e São Daniel Comboni".

O Pe. Martín Ochaya, secretário geral da Arquidiocese de Juba, afirmou que o estado de ânimo da população é alto e há entusiasmo pelo evento da declaração da independência.

O sacerdote disse que recebem com braços abertos os que chegam para esta ocasião e que os fiéis dedicarão o mês de julho para diversas expressões de oração e agradecimento pela independência.