O Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde no Vaticano já está ciente da situação dos hospitais onde se realizam abortos na Catalunha (Espanha) que contam com a presença a Igreja através das dioceses de Barcelona, Terrassa e Sant Feliu e espera soluções concretas "o mais rápido possível".

Segundo uma carta remetida pelo subsecretário deste dicastério vaticano, Dom Jean-Marie Mupendawatu, ao Pe. Custódio Ballester e difundida pelo jornal espanhol ABC, o Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde afirma que o tema "preocupa a Igreja universal".

Do mesmo modo, o dicastério "é consciente do desafio que representa para os hospitais católicos, pois estão chamados a tutelar e defender a vida humana em meio de uma cultura de morte".

Dom Mupendawatu assinala na missiva que "tivemos a oportunidade de falar com os responsáveis exortando-os a averiguar detalhadamente o que ocorre, a fim de que se possa, o mais rápido possível, procurar soluções concretas para eventuais problemas individualizados".

O Pe. Custódio Ballester assinalou à agência do grupo ACI em espanhol, a ACI Prensa, no último 20 de maio que ao não receber resposta por parte dos bispos locais sobre as denúncias de práticas contrárias à vida, como abortos, esterilizações, entre outras, em hospitais sob o auspício da Igreja Católica, decidiu apresentar estas informações a autoridades vaticanas.

Os centros de saúde envoltos em práticas anti-vida são o hospital San Pablo em Barcelona, o hospital de Granollers e o hospital de Sant Celoni em Terrassa, assim como o hospital San Juan de Dios em Esplugas, na diocese de Sant Feliu.

O Pe. Ballester indicou à ACI Prensa que a resposta obtida no Vaticano às suas denúncias foi que autoridades da Santa Sé já solicitaram às três dioceses catalãs que se retirem das “cooperativas” das quais dependem estes hospitais.

Conforme informou o jornal ABC, ao ser consultado sobre o tema da prática de abortos no Hospital San Pablo, em seu ingresso à Conferência Episcopal Espanhola no dia 21 de junho, o Arcebispo de Barcelona, Cardeal Lluis Martínez Sistach, respondeu de forma curta "não sei nada".

Porta-vozes da Delegação de Meios de comunicação da Arquidiocese de Barcelona informaram que transmitiram ordens ao hospital "para que não se pratique abortos", ao mesmo tempo que indicaram que o Hospital San Pablo "em nenhum momento" pediu ser inscrito dentro dos centros médicos onde se pratica a Interrupção Voluntária da Gravidez (aborto).

Ao ser consultados pela ACI Prensa sobre a circular ou documento onde poderia figurar a ordem na que se exige ao Hospital São Pablo o afastamento definitivo da prática de abortos, a porta-voz da Arquidiocese de Barcelona assinalou que "não sabemos se existe e não dispomos dela".

Por sua parte, o Chefe de Imprensa do Hospital San Pablo, Abraham Del Moral, disse hoje à ACI Prensa que se "pode assumir por certo o que foi dito pela Arquidiocese, mas o Hospital não vai emitir nenhuma declaração a respeito".