O Arcebispo de Cidade do Panamá (Panamá), Dom José Domingo Ulloa, pediu ao Governo que erradique o trabalho infantil porque é uma "distorção social" que não respeita os direitos fundamentais das crianças e adolescentes.

No contexto do Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, celebrado no último domingo, 12 de junho, o Arcebispo criticou os altos níveis de corrupção em que vive a nação centro-americana.

Dom Ulloa lamentou que no Panamá, 60.700 menores e adolescentes trabalham como adultos e são explorados sem que o Estado lhes garanta algum direito ou lhes dê uma instrução: “elas têm o direito de gozar a sua infância e de se formarem; é preciso dar-lhes esta possibilidade. É a hora que os pais, o Estado e as organizações da sociedade civil encontrem um acordo para eliminar esta anomalia social em nosso país”.

O Arcebispo, em nota difundida pela Rádio Vaticano, exortou as autoridades panamenses a indagar “profundamente” sobre os escândalos que envolveram inclusive o governo nos últimos meses. Tais escândalos, denunciados pelos partidos da oposição e por organizações civis, envolvem funcionários do governo em tráficos de droga e de seres humanos.

Segundo os dados publicados pela imprensa local, a Secretaria Nacional para Crianças, Jovens e Família do Panamá indica oficialmente que 60.702 crianças e adolescentes de 5 a 17 anos trabalham em áreas rurais e urbanas do país sem algum tipo de proteção.