A irmã Margherita Marchione tem 90 anos e vive em Nova Jersey (Estados Unidos). Com 10 livros de sua autoria sobre o Papa Pio XII, viajou a Roma para participar de um evento no Senado italiano sobre o Pontífice, a quem espera ver beatificado "porque ninguém merece mais que ele".

Em declarações à agência ACI Prensa, a religiosa assinalou que "lutarei até o final para me assegurar de que isso (a beatificação de Pio XII) aconteça", assinalou.

Com efeito, o Papa Bento XVI aprovou no dia 19 de dezembro de 2009, o decreto em que se reconhece as virtudes heróicas do Papa Pio XII, no mesmo dia autorizou o decreto do agora Beato João Paulo II.

Para a beatificação do Papa Pacelli o que falta agora é um milagre.

Muitos dos críticos de Pio XII questionam seu suposto silêncio diante do holocausto e o acusam de ter colaborado com os alemães, ignorando que, em realidade, o Papa salvou 800 000 judeus de morrer nas mãos dos nazistas durante a Segunda guerra mundial.

A religiosa, membro do Instituto de Educadoras Religiosas Filippini, explica que efetivamente, o Papa "pediu a todos os conventos e mosteiros de Roma que abrissem suas portas aos judeus que eram perseguidos pelos nazistas para dar-lhes a possibilidade de esconder-se aí".

A irmã Marchione, quem conheceu o Papa Pio XII em 1957, começou sua luta por desterrar a "lenda negra" sobre ele há 16 anos em uma visita a Roma: "vim aqui em 1995 e escutei muitas histórias das irmãs que estiveram nessa época neste lugar".

Essas irmãs esconderam 114 judeus em três conventos em Roma durante a Guerra. "Elas me contaram –disse a freira à agência ACI Prensa– como as mulheres judias eram escondidas e o que elas faziam para protegê-las. Como compartilhavam com elas a comida que tinham e as muitas vezes que não tinham comida nem para elas mesmas".

Depois de relatar que desafiou várias pessoas a lerem uma placa de mármore na parte direita da Praça de São Pedro na que se afirma que o Papa salvou milhares de judeus, a irmã comenta que basta estudar a evidência histórica para ver que as afirmações sobre o contrário não são verdade.

"Eu diria às pessoas que estudem os documentos e conheçam a verdade. A verdade neste assunto é que ele fez tudo o que estava dentro de suas possibilidades como Papa para salvar a maior quantidade possível de judeus", precisou.

"Esses são os fatos –concluiu– e ninguém pode negá-los".