A procuradoria de Roma liberou os 23 milhões de euros de propriedade do Instituto para as Obras de Religião (IOR) que depende do Vaticano e que estiveram congelados desde o dia 17 de setembro de 2010.

O dinheiro (20 milhões nos Bancos de Crédito Artigiano e 3 milhões nos Bancos de Fucino) tinha sido congelado devido a uma investigação anti-reciclagem iniciada contra o Presidente do IOR, o economista italiano Ettore Gotti Tedeschi e o diretor geral dessa instituição, Paolo Cipriani.

O descongelamento foi ordenado pelo procurador anexo Nello Rossi e o fiscal Stefano Fava logo depois da solicitude dos advogados dos dois acusados.

A medida se dispôs porque entre 19 de dezembro e 20 de maio deste ano "verificou-se mudanças relevantes no plano normativo e institucional que redesenharam o contexto no qual convém avaliar a permanência das razões que determinaram o seqüestro desta soma de dinheiro".

No dia 21 de setembro do ano passado, a Secretaria de Estado Vaticana expressou seu "assombro e perplexidade" ante a investigação iniciada pela procuradoria de Roma, respaldou o trabalho de Gotti Tedeschi e assegurou em um comunicado que a Santa Sé sempre expressou sua "plena transparência no que diz respeito às operações financeiras do Instituto para as Obras de Religião (IOR)".

Gotti Tedeschi denunciou então que a procuradoria de Roma se valeu de um engano de procedimento para ter "uma desculpa para atacar o instituto (IOR), seu presidente, e o Vaticano em geral".

O economista explicou também ao jornal italiano Il Sole 24 ore que as operações pelas que foi investigado eram movimentos "normais de tesouraria e implicava uma transferência desde contas do banco do Vaticano a outras contas do mesmo banco do Vaticano".