O rio Tejo e o monumento de Cristo Rei serão o cenário da celebração da beatificação de Madre Maria Clara que acontece este sábado, em Lisboa. A evocação da vida da religiosa e a missa onde se inclui o rito da beatificação da religiosa lisboeta, nos primeiros instantes da eucaristia, são os dois momentos de uma cerimônia marcada para o Estádio do Restelo, que abre as portas às 9h00.

A Agência Ecclesia do episcopado português relata que a futura beata batizada com o nome de Libânia do Carmo Galvão Mexia de Moura Telles e Albuquerque, nasceu na Amadora, em Lisboa, a 15 de junho de 1843, e recebeu o hábito de Capuchinha, em 1869, escolhendo o nome de Irmã Maria Clara do Menino Jesus.

A religiosa foi enviada a Calais, França, a 10 de fevereiro de 1870, para fazer o noviciado, na intenção de fundar, depois, em Portugal, uma nova Congregação, pelo que abriu a primeira comunidade da CONFHIC em S. Patrício - Lisboa, no dia 3 de maio de 1871 e, cinco anos depois, a 27 de março de 1876, a Congregação é aprovada pela Santa Sé.

A «mãe Clara», como é popularmente conhecida, morreu em Lisboa, no dia 1 de dezembro de 1899, e o seu processo de canonização viria a iniciar-se em 1995. Na sua homilia do tríduo preparatório para a beatificação da fundadora da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (CONFHIC), D. Carlos Azevedo realçou também que a futura beata “teve de sofrer perseguições logo ao nascer da congregação, agüentou longos e injustos processos judiciais, campanhas caluniosas, julgamentos precipitados de superiores da Igreja, até a tentativa de deposição de superiora”, mas “reagia às provações com confiança, humildade e serena alegria”.

O programa, aberto a todos os interessados, começa às 10h30 com cânticos e pensamentos da próxima beata portuguesa, apresentados pela irmã Maria Amélia Costa e outras religiosas da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição (CONFHIC), co-fundada por Madre Maria Clara.

A eucaristia da beatificação, com início às 11h00, é presidida por D. José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa, e o rito de beatificação vai ter como presidente o representante do Papa Bento XVI, cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.

D. José Policarpo e a vice-postuladora, irmã Maria Lucília Carvalho, dirigem-se ao cardeal Angelo Amato e pedem que se proceda à beatificação daquela que até ao rito deste sábado é qualificada pela Igreja de “venerável serva de Deus”.

Descerrada a imagem da nova beata (uma pintura da autoria de Fernando Marques), será conduzida para junto do altar a relíquia de Madre Maria Clara, ladeada de flores e velas.

A relíquia apresentada na celebração vai ser “uma falange de um dos dedos” da religiosa, que ficará no Patriarcado de Lisboa após a missa, disse a irmã Maria da Conceição Galvão Ribeiro, superiora geral da CONFHIC, na conferência de imprensa de apresentação da beatificação.

A terminar o rito da beatificação, D. José Policarpo agradece a Bento XVI por ter proclamado beata a venerável serva de Deus Maria Clara do Menino Jesus.

Os cânticos da missa estão sob a responsabilidade do padre Pedro Lourenço (da diocese de Lisboa) e o coro é constituído por cerca de 140 membros provenientes de grupos do Patriarcado de Lisboa e ligados à CONFHIC.

Ecclesia recorda também que à tarde, após as 15h00, é possível visitar o túmulo da Madre Maria Clara, na Cúria Geral da CONFHIC (Rua Madre Maria Clara, 1, Linda-a-Pastora, concelho de Oeiras).